Esta semana, escolas da rede pública do estado de Pernambuco, realizaram intensas mobilizações no interior do estado. A falta de pagamento das merendeiras, uma situação recorrente, gerou grande revolta entre estudantes, professores e comunidade, diante da negligência com o trabalho dessas profissionais, que também são fundamentais para a construção da educação pública.
Os estudantes e professores da Escola de Aplicação da UPE de Petrolina, Professora Vande Souza Ferreira, aderiram à luta, realizando uma assembleia combativa em apoio à greve das merendeiras. Em seguida, saíram em manifestação com cartazes exigindo o pagamento dos salários atrasados. As mobilizações já duram dois dias, transformando a escola em um verdadeiro centro de resistência.
Organizados pelo Grêmio Estudantil, os estudantes formaram um coletivo com pais, professores e demais membros da comunidade escolar, promovendo uma importante reunião que definiu um “Dia D” de lutas para a próxima segunda-feira, dia 17. Segundo uma ativista do MOCLATE que atua na escola, essas mobilizações são uma resposta à política de precarização das escolas, que inclui desde a falta de reajuste salarial para os professores até a ausência de climatização das salas de aula.
No dia 13, estudantes e professores da Escola de Referência em Ensino Médio Dom Helder Câmara, localizada em Vermelhos, distrito de Lagoa Grande, também se somaram à luta no estado, denunciando a precarização da infraestrutura. A falta de climatização da instituição foi a pauta principal, situação que tem mobilizados estudantes do litoral ao sertão de Pernambuco. Apesar das condições de calor intenso em sala de aula, os alunos demonstraram muita criatividade ao reivindicar o básico, a fim de garantir uma formação de qualidade como produção de vídeos performáticos para destacar o problema; além de diversas atividades, como oficinas de cartazes, abaixo-assinados e panfletagens pelas ruas do distrito.
Correspondentes locais de AND estão acompanhando os desdobramentos dessas lutas e registraram a fala de uma professora do MOCLATE:
“Com a greve das merendeiras e a falta de climatização das salas de aula, abre-se uma oportunidade para uma grande jornada de lutas, de greves e ocupações, que há tempos vem sendo gestada. Mais cedo do que tarde, a situação tende a se generalizar pela força da iniciativa da aliança entre estudantes, trabalhadores e pais.”