Durante a “subida do Galo da Madrugada” no dia 26 de fevereiro, no centro do Recife, dezenas de mães de crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) fizeram um contundente protesto exigindo que a prefeitura garanta condições de estudo para seus filhos e filhas.
O Galo da Madrugada, símbolo do Carnaval de Recife, contou com um cordão com peças de quebra-cabeça, símbolo do TEA, em volta do pescoço. A prefeitura, no ano de 2025, gastou R$ 99,7 milhões com o Carnaval. No entanto, enquanto os gastos milionários com o evento crescem, as crianças com autismo seguem sendo negligenciadas pelas políticas públicas da cidade.
Com cartazes em mãos, as mães declaram: “Não queremos ser apenas símbolos, queremos inclusão de verdade!”, destacando que a medida com o Galo é apenas cosmética. “Nós estamos sendo obrigadas a assinar um termo concordando que nossos filhos tenham só um dia por semana na sala de aula e sem acompanhamento”, denunciou Cleide Alves à tribuna Brasil de Fato.
As mães também denunciaram como o desmonte do SUS dificulta ainda mais a vida das famílias. “Muitas estão tendo que esperar uma fila de dois anos para serem avaliadas, sem saber se a criança tem autismo ou não. Só após o resultado é que podem iniciar a terapia”, denuncia Dandara Keyse, uma das mães em protesto. Dandara colocou que a falta de psicólogos, terapeutas e fonoaudiólogos atrasa muito o diagnóstico e o desenvolvimento das crianças. “Estamos protestando pelos direitos dos nossos filhos à qualidade de vida no presente e no futuro. Isso não é um favor, isso é direito”.
O prefeito de Recife, João Campos, não se pronunciou, mas já é conhecido por gastar milhões ao custo da sangria do povo. Como foi denunciado pelo AND, o prefeito aumentou 11 vezes a sua riqueza após assumir o mandato. Em 2022, 120 pessoas morreram devido às enchentes em Recife e região metropolitana, mesmo ano em que João Campos gastou R$ 51 milhões com publicidade. Três anos depois, repete o mesmo padrão, gastando novamente quantias milionárias em “pão e circo”, enquanto o povo sofre com a escassez de profissionais nas escolas, a falta de educação de qualidade e as enchentes, que já são esperadas ano após ano pelos moradores que continuam resistindo.