Metroviários entraram em greve por tempo indeterminado no Recife, no dia 3 de julho, na terceira paralisação da categoria em um mês. Os operários exigem a retirada imediata da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) do Programa Nacional de Desestatização (PND) do governo do oportunista Luiz Inácio.
Ao todo, 1.547 operários trabalham no Metrô do Recife. Eles denunciam veementemente os ataques que estão sendo promovidos aos seus direitos, tanto pela privatização da CBTU, quanto pela negação do seu reajuste salarial no valor de R$ 1.954,04 para R$ 2.725,00.
Diante da ameaça de privatização da companhia, eles afirmam que há grandes chances de demissões em massa, assim como não existe qualquer garantia de emprego ou recontratação sob nova empresa. Além disso, rechaçam a piora dos serviços prestados ao povo, tanto sob gerência da CBTU, quanto sob nova empresa, e denunciam o inevitável aumento no preço das passagens.
Operários dizem basta aos ataques e ameaças
A mobilização dos metroviários em Recife têm se robustecido cada vez mais. Em julho, a categoria fez duas greves. A primeira, em 12 de julho, durou 24 horas. Depois, ocorreu uma greve de 48 horas, entre 25 e 27 de julho, conjuntamente com a greve dos rodoviários – que se estendeu por seis dias.
Outras grandes greves já foram realizadas por metroviários em todo o país contra os ataques aos seus direitos. Em fevereiro deste ano, metroviários de Belo Horizonte (MG) realizaram uma greve por tempo indeterminado com 100% dos serviços paralisados. Foi a quarta greve realizada pela categoria no período de um ano na capital mineira exigindo a retirada da CBTU do PND.
Em março, o metrô de São Paulo (SP) ficou paralisado por 48 horas. Na greve, os operários conquistaram o abono salarial de R$ 2 mil para o mês de abril. Já no mês de maio, metroviários da Trensurb, em Porto Alegre (RS), iniciaram uma greve contra a privatização do serviço de trens e os cortes de direitos, como a retirada do adicional do risco de vida para os trabalhadores da segurança.
Os operários tanto de Belo Horizonte, quanto de Porto Alegre, denunciaram as declarações demagógicas do atual governo de turno oportunista de Luiz Inácio. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários e Conexas do Rio Grande do Sul (Sindimetrô-RS) afirmou na época: “Já estamos no quinto mês do governo Luiz Inácio Lula da Silva e os gestores da Trensurb ainda são os mesmos indicados pelo Governo Jair Bolsonaro.”, e rechaçou a manutenção da Transurb na lista de privatizações do governo.
Já em Belo Horizonte, o Sindimetrô-BH denunciou que Luiz Inácio “se comprometeu com os metroviários de barrar a privatização da CBTU [Companhia Brasileira de Trens Urbanos], mas até agora não temos nada de concreto.”.