Ônibus parados na Avenida Agamenon Magalhães durante protesto de rodoviários no Recife. Foto: Reprodução/TV Globo
No dia 13 de outubro, por volta das 7h30, motoristas e cobradores de linhas de ônibus de Recife, capital do estado de Pernambuco, cruzaram os braços para protestar contra dupla função de trabalho (quando motoristas são obrigado a dirigir e cobrar a tarifa) e demissões em massas, durante a pandemia da Covid-19.
No centro do Recife, era possível ver uma fila de ônibus na Ponte Duarte Coelho, que ainda seguia pela Avenida Conde da Boa Vista. Outros ônibus urbanos que operam linhas municipais e também intermunicipais foram vistos parados na Avenida Agamenon Magalhães e na Rua dos Palmares, próximo ao Shopping Tacaruna, quando os passageiros desceram e seguiram a pé pela Avenida Cruz Cabugá.
A paralisação, segundo o Sindicado dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Rodoviários (Sintetro), ocorreu devido ao não cumprimento da Medida Provisória 936, que foi editada pelo Governo Federal devido a pandemia da Covid-19, já que muitos funcionários estão tendo contrato de trabalho suspenso, indo contra a determinação da MP 936, e também para pedir a aprovação do Projeto de Lei 05/19, que prevê o fim da dupla função para motoristas de ônibus, que passaram a atuar também como cobradores em algumas linhas.
Também foi exigido pela categoria o pagamento de salários e acordo trabalhistas, bem como plano de saúde, auxílio alimentação, melhores condições de trabalho, pontos de apoio com condições adequadas no final de linhas, equipamentos de EPIs entre eles, máscaras, álcool em gel, proteção com tela de película ao lado do motorista e a frente dos cobradores, e que seja feita também a sanitização dos ônibus. Essas reivindicações vêm sendo feitas desde o começo de 2020, e as empresas de transportes seguem desrespeitando e não cumprindo as exigências dos trabalhadores.
Segundo entrevista do presidente do sindicato, Fernando Feijão, dada ao site Revista do Ônibus em 15 de maio de 2020 ele afirmou “Desde quando mudou o trajeto das linhas, saindo dos terminais (uma das medidas adotadas durante a pandemia), o Consórcio Teresina tem desrespeitado os decretos. Não tem espaço adequado, não tem água, não tem sabão, não tem álcool em gel.O trabalhador corre o risco de se contaminar e contaminar quem está usando o transporte”.
TRABALHADORES RESISTEM PROTESTANDO PELA TERCEIRA VEZ EM MENOS DE UM MÊS
Esse foi o terceiro protesto feito por trabalhadores em menos de um mês, nos dias 21 e 28 de setembro houve paralisação, e os profissionais protestaram estacionando ônibus em avenidas como Conde de Boa Vista, Guararapes, Cruz Cabugá e Agamenon Magalhães.