Operários realizaram uma manifestação em frente à sede da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), em Recife, no dia 10 de julho, contra a demissão em massa de 230 trabalhadores da empresa no início do mês. Eles exigem a reintegração dos trabalhadores e denunciam que as demissões foram realizadas com a intenção de baratear ao máximo os custos da empresa para que possa ser vendida e privatizada mais rapidamente.
O protesto foi organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas do Estado de Pernambuco (Sindurb). O sindicato denuncia a versão da Compesa de que as demissões seriam para reduzir despesas diante de um déficit fiscal. O sindicato afirma: “A redução de custos com o pessoal é simplesmente para tornar a Compesa mais atrativa para o setor privado”.
O Sindurb afirma que apresentou medidas que solucionariam o déficit da Compesa, o que foi ignorado pela companhia. Ele também destaca que as demissões foram realizadas sem aviso prévio, em época de campanha salarial e sem informar como será a realocação dos serviços desses trabalhadores.
‘Vale tudo’ para o superlucro
Apesar da empresa realizar agora um expressivo ataque aos direitos dos trabalhadores com a recente demissão em massa, tal investida já se gestava há tempo de formas dissimuladas para salvaguardar seu lucro máximo. Desde o ano de 2013 a empresa já opera com contratos de Parceria Público Privada, a antessala da privatização, e a maioria do quadro dos funcionários já é de terceirizados, que trabalham com menos direitos e menores salários.
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Diante da profundíssima crise do capitalismo burocrático no Brasil, as grandes empresas não pensam duas vezes antes de cortar direitos e acabar com o sustento de famílias trabalhadoras com demissões em massa. Assim, garantem o lucro máximo para si, enquanto criam um exército de desempregados que barateiam os salários. Os que restam nas funções, são explorados ao máximo.
Com greves e manifestações independentes, classistas e combativas, os trabalhadores de todo o Brasil demarcam que não serão eles a pagarem pela crise.