PE: Passagem de ônibus sofre aumento para R$4,30 e gera revolta em passageiros de Recife e região metropolitana

Ativistas do Comitê de Apoio ao AND entrevistaram trabalhadores que denunciaram a situação precária do transporte
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PE: Passagem de ônibus sofre aumento para R$4,30 e gera revolta em passageiros de Recife e região metropolitana

Ativistas do Comitê de Apoio ao AND entrevistaram trabalhadores que denunciaram a situação precária do transporte

Entrou em vigor o aumento do valor da passagem no transporte público de Recife e região metropolitana para R$4,30, desde o dia 5/1. O valor do Bilhete Único (antigos anéis A e B) sofreu aumento de 4,29% definindo o valor de R$4,28, que obviamente foi arredondado para cima. Desde a implementação do aumento, trabalhadores da cidade denunciaram as condições precárias do transporte e o preço da passagem. 

A decisão do aumento foi aprovada em reunião do Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM), no dia 30/12 do ano passado, com a participação de Raquel Lyra (PSDB), governadora de Pernambuco. O cálculo feito para o aumento indicou o aumento da taxa de inflação, que foi de 7,63% no período de março de 2023 a novembro de 2024, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Apesar do Bilhete Único se encontrar abaixo do IPCA, o aumento das demais tarifas foi definido em 7,63%, como a passagem da linha Recife/Porto de Galinhas que foi de R$20,05 para R$21,55, e as linhas opcionais de Piedade, Candeias, Gaibu, Ibura, Jordão, Marcos Freire e Curado, de R$7,70 para R$8,30.

Insatisfação dos passageiros

Após o aumento das passagens, o Comitê de Apoio ao AND de Recife realizou entrevistas em paradas de ônibus, nas quais os trabalhadores destacaram o impacto negativo que a nova tarifa tem no cotidiano do povo. Julia, gerente administrativa, afirma que o aumento no valor “impacta bastante quem não tem um emprego. Porque a pessoa com uma passagem dessas, R$ 4,30, ou R$ 8,60 para ir e voltar, sai muito caro, principalmente pelo transporte precário que temos.”

A dificuldade para arcar com a despesa do transporte público também foi apresentada pela Ana, radialista, “vemos muitas pessoas pulando catraca, até porque não temos realmente o dinheiro para arcar. São R$4,30 agora, e isso é o Anel A, imagina os outros anéis, que estão muito mais caros”. Diante da precarização do transporte público, Ana se indigna ainda mais com o aumento, “eu acho isso um absurdo, porque melhorias não temos nenhuma. Muito ruim, demora demais, poucos ônibus, filas quilométricas. Agora mesmo, estamos em uma fila enorme, com ônibus lotadíssimo e poucas opções de ônibus para pegar. E só cansa o trabalhador, uma verdadeira exaustão.”

Para os motoristas de ônibus, o valor da passagem também representa maior dificuldade no trabalho, “cada vez fica mais difícil, tanto para o trabalhador pagando a passagem, quanto para a gente que está cobrando. Leva mais tempo separar o troco para esse valor, temos que correr atrás das moeda e isso atrasa o trabalho”, explica o motorista Carlos sobre o problema da dupla função que exerce com a ausência de cobradores nos ônibus. Então complementa sobre a condição dos trabalhadores, em que “o salário já não aumenta, a inflação cada dia é mais alta e, com o aumento da passagem, só piora a vida do trabalhador. É um transporte de péssima qualidade, pagamos caro e não temos nenhum retorno.”

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