PE: Polícia Militar prende ilegalmente morador de Barro Branco

A atitude arbitrária da polícia em todos os momentos da luta de Barro Branco mostra claramente seu lado: a da extrema-direita paramilitar do Movimento Invasão Zero e o do latifúndio para total e completo extermínio dos camponeses e da luta pela terra em Jaqueira-PE e em toda Zona da Mata Pernambucana.
Foto: Reprodução

PE: Polícia Militar prende ilegalmente morador de Barro Branco

A atitude arbitrária da polícia em todos os momentos da luta de Barro Branco mostra claramente seu lado: a da extrema-direita paramilitar do Movimento Invasão Zero e o do latifúndio para total e completo extermínio dos camponeses e da luta pela terra em Jaqueira-PE e em toda Zona da Mata Pernambucana.

O 10⁰ Batalhão da Polícia Militar prendeu de forma ilegal um morador do Engenho Barro Branco, em Jaqueira-PE, na manhã do dia 22/10. A ilegalidade contra os camponeses de Barro Branco foi comandada pelo Cabo da PM Eder Carlos da Silva Faria, que esteve presente no dia 28 de setembro apoiando o ataque do movimento Invasão Zero contra os posseiros do Engenho Barro Branco na Batalha Feroz de Barro Branco.

O morador preso estava andando de moto perto de sua casa, na sede do Engenho, quando foi abordado por uma viatura da Polícia Militar, que estava em frente da escola municipal da comunidade, onde os mesmos PMs estão acampados para vigiar os posseiros e ameaçá-los diariamente. Como desculpa para prendê-lo, alegaram sem fundamento que a moto do camponês era roubada. Os policiais apreenderam a moto, prenderam o posseiro e o levaram para a delegacia. Segundo testemunha, que estava presente durante a prisão arbitrária, os policiais “trataram ele como bandido”.

Fora a ilegalidade da prisão em si, já na Delegacia, foi negado ao posseiro o direito de ser acompanhado pelo representante da Associação Brasileira dos Advogados do Povo – Gabriel Pimenta (ABRAPO). Não só isso, segundo testemunhas, os PM ameaçaram tomar as motos dos camponeses como vingança porque os posseiros de Barro Branco botaram os pistoleiros do latifundiário Guilherme Maranhão e seus amigos de farda pra correr na batalha do dia 28 de setembro. Desde então, registram fotos de placas e de veículos dos camponeses constantemente, gerando uma regular sensação de perseguição e terror psicológico aos moradores da região.

O 10⁰ Batalhão da PM esteve presente na Batalha Feroz de Barro Branco para proteger os pistoleiros da resistência camponesa e tomaram refúgio atrás da Igreja enquanto os capachos de Guilherme Maranhão atiravam contra os camponeses. Inclusive, um membro do referido Batalhão, Tenente Geovane, ameaçou uma posseira e apontou um fuzil em seu peito no mesmo dia 28.

Filmagens acessadas pelo AND mostram a PM ao lado de uma igreja enquanto os camponeses são alvejados por tiros.

No dia 7/10, o correspondente local de AND em Barro Branco coletou denúncias dos camponeses sobre a atuação da PM, particularmente do novamente citado tenente Geovane.

Graças ao apoio dos camponeses da região, além de ativistas do Movimento Estudantil, e da ampla divulgação que o caso teve nas redes sociais através do Comitê de Apoio à Luta dos Posseiros de Barro Branco, o morador foi solto depois de horas de insistência por parte da comunidade. Sua moto, porém, ainda está apreendida na Delegacia.

A atitude arbitrária da polícia em todos os momentos da luta de Barro Branco mostra claramente seu lado: a da extrema-direita paramilitar do Movimento Invasão Zero e o do latifúndio para total e completo extermínio dos camponeses e da luta pela terra em Jaqueira-PE e em toda Zona da Mata Pernambucana. Em análise sobre o papel destas forças reacionárias na Batalha de Barro Branco, a Comissão Regional da LCP no Nordeste disse, em nota:

“A reação latifundiária bolsonarista, depois de várias derrotas impostas pela LCP em Rondônia, razão pela qual criaram, com total incentivo do então Presidente da República Bolsonaro, a força paramilitar Invasão Zero, que em pouco tempo de existência tantos crimes já cometeu e comete pelo País, em Barro Branco, sofreu sua primeira derrota. É a primeira de várias que amargará, pois cada vez mais os camponeses, indígenas e quilombolas percebem que só elevando sua autodefesa poderão assegurar seus direitos. Já em 2023, numa declaração pública a LCP alertou os camponeses de todo o País e os conclamou a defender seu direito a terra de armas nas mãos. Esta horda paramilitar bolsonarista está levando sua guerra covarde ao campo, é guerra que eles vão ter!”

“A Comissão Nacional das Ligas dos Camponeses Pobres e a LCP Nordeste conclamamos todas as organizações de luta pela terra no estado de Pernambuco, do Sertão ao Litoral, e os camponeses, povos indígenas e quilombolas de todo o País, a se mobilizarem para confrontar e derrotar as hordas paramilitares bolsonaristas da extrema-direita ‘Invasão Zero’, em toda situação que esta se apresente e a apoiar a luta dos posseiros de Barro Branco.”

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