PE: Posseiros do Engenho Barro Branco são despejados pela PM (atualizado com vídeos)

Cerca de 80 camponeses do Engenho Barro Branco foram despejados pela Polícia Militar no dia 26 de agosto das terras que haviam retomado três dias antes. Após o despejo, os “seguranças” do latifúndio Agropecuária Mata Sul S/A entraram nas terras, destruíram as lavouras e ocuparam a área com gado, segundo os camponeses.
Posseiros sofrem despejos de terras que haviam retomado. Foto: Banco de Dados AND

PE: Posseiros do Engenho Barro Branco são despejados pela PM (atualizado com vídeos)

Cerca de 80 camponeses do Engenho Barro Branco foram despejados pela Polícia Militar no dia 26 de agosto das terras que haviam retomado três dias antes. Após o despejo, os “seguranças” do latifúndio Agropecuária Mata Sul S/A entraram nas terras, destruíram as lavouras e ocuparam a área com gado, segundo os camponeses.

Cerca de 80 camponeses do Engenho Barro Branco foram despejados pela Polícia Militar no dia 26 de agosto das terras que haviam retomado três dias antes. Após o despejo, os “seguranças” do latifúndio Agropecuária Mata Sul S/A entraram nas terras, destruíram as lavouras e ocuparam a área com gado, segundo os camponeses. O despejo em benefício do latifúndio foi autorizado pela justiça municipal, que também ordenou a prisão de lideranças camponesas.

Confira os vídeos dos camponeses que não se intimidaram frente à covardia dos funcionários do latifúndio:

O despejo foi realizado por cerca de 30 policiais do 10º Batalhão da Polícia Militar de Pernambuco. A ordem, permitida pela juíza Carolina de Almeida Pontes de Miranda, da comarca do município de Maraial, beneficia a empresa Agropecuária Mata Sul S/A, que alega ser dona das terras da massa falida da usina Frei Caneca.

Na mesma decisão, a juíza determinou a prisão em flagrante de lideranças da comunidade baseando-se em interdito proibitório expedido em abril de 2020 em nome da Negócios Imobiliários S/A, antigo nome da Mata Sul S/A, e utilizado para criminalizar e intimidar a luta dos posseiros dessa localidade.

Após o despejo, os seguranças armados da agropecuária destruíram as lavouras e colocaram o gado para dentro da área, tudo sob o olhar da polícia. No total, quatro hectares de plantação e barracão dos camponeses foram destruídos.

Cinco anos de resistência

Desde 2018, os posseiros das comunidades de Barro Branco, Fervedouro, Guerra, Laranjeiras e Várzea Velha, situadas no município de Jaqueira, sofrem perseguições constantes por parte do latifundiário Guilherme Maranhão. Através de seguranças armados, a agropecuária destruiu lavouras, envenenou poços, eletrificou cercas e tem impedido os camponeses de viverem e trabalharem nas terras que moram há gerações. Além disso, circulam ameaças contra lideranças e um trabalhador sofreu tentativa de assassinato na comunidade de Fervedouro.

A empresa reivindica os quase 5 mil hectares de terra que supostamente teria adquirido através de um leilão realizado com a permissão ex-governador de PE, Paulo Câmara (PSB). Porém, o Engenho Barro Branco não faz parte do leilão.

A descoberta de que Barro Branco não faz parte das terras arrematadas pela Mata Sul S/A deixou claro para os posseiros a grilagem de terras que o latifúndio está realizando na região, e impulsionou a resistência, que deu um passo à frente com a retomada de parte das terras e o fortalecimento da decisão de lutar por ela.

Os posseiros de Jaqueira são antigos trabalhadores da Usina Frei Caneca, cujo dono, ao decretar falência, entregou parte das terras como forma de pagamento das dívidas com os trabalhadores. Hoje, só no Engenho Barro Branco, vivem mais de 300 famílias, algumas há mais de 100 anos, antes mesmo da Usina Frei Caneca ser instalada.

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