Na manhã do dia 31 de julho, rodoviários de Recife realizaram um grande bloqueio na ponte Duarte Coelho, durante uma manifestação no sexto dia de greve da categoria na cidade. Cerca de 40 ônibus foram colocados pelos motoristas na ponte durante a massiva mobilização. Os trabalhadores do transporte exigem aumento salarial, do vale alimentação, e gratificação pela dupla função de motorista e cobrador. Eles também denunciam ataques aos seus direitos pela empresa monopolista prestadora dos serviços, a Urbana-PE, e ao seu direito à greve pelo judiciário.
A greve dos rodoviários de Recife tem sido marcada por elevada combatividade. O primeiro dia de greve foi realizado junto a uma greve dos metroviários, no dia 26/07 e, desde então, diversos piquetes foram realizados pelos trabalhadores grevistas.
No percurso da greve, no dia 28/07, o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Aldo Lima, foi preso em um piquete na garagem da empresa Pedrosa, enquanto convocava os rodoviários a uma assembleia geral. A prisão do sindicalista realizada pela Polícia Civil ocorreu em claro ataque ao direito de mobilização e organização dos trabalhadores. No mesmo dia, os rodoviários realizaram uma passeata até o Palácio do Campo das Princesas para defender a greve contra a sua criminalização pelo Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6).
Sobre a greve, Roberto Carlos, da Associação dos Rodoviários, afirmou:”É direito de todo trabalhador reivindicar salário, plano de saúde e benefícios. Todo ano isso é negado.”, acrescentando que “Até agora não houve nenhuma oferta por parte dos empresários, a não ser R$ 0,25 [cálculo por dia] no ticket, que não dá para comprar nem uma jujuba”.
A greve dos rodoviários no Recife se soma à crescente de mobilizações em todo o País contra a piora nas condições de vida e o aumento da exploração. Os trabalhadores do transporte são submetidos a condições de trabalho extremamente precárias, que se agravam ano após ano, enquanto as empresas monopolistas do transporte lucram com a superexploração dos trabalhadores e a entrega de serviços péssimos para as massas.