Operação ‘Érebo’ desemboca em demissão de militante da FAG

Operação ‘Érebo’ desemboca em demissão de militante da FAG

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No dia 04/12, a militante da Federação Anarquista Gaúcha (FAG), Lorena, foi demitida “sem justa causa” de seu emprego de garçonete na rede de hotéis Intercity, de Porto Alegre após sofrer intensa perseguição política e ser alvo da Operação “Érebo”, da Polícia Civil.

A Polícia Civil de Porto Alegre (RS) iniciou, em outubro, a Operação “Érebo” sob a direção do delegado da Polícia Civil, Paulo César Jardim, que teve como objetivo criminalizar movimentos populares. Os seus principais alvos foram a Federação Anarquista Gaúcha (FAG) e outras organizações independentes que integraram o Bloco de Lutas. 

A operação teve por fim cumprir 10 mandados de busca e apreensão nas cidades de Porto Alegre, Viamão e Novo Hamburgo para procurar os “responsáveis” por ataques contra sedes policiais, prédios de partidos políticos, agências bancárias e etc.  O delegado Paulo César Jardim solicitou ao juiz Fabio Vieira Heerdt a prisão dos investigados, entretanto o juiz não liberou o pedido de prisão, apenas as buscas de apreensão, dado ao fato de que foram apresentadas ridículas “provas criminosas” como livros e garrafas plásticas.

Toda essa campanha reacionária e histérica foi engrossada por uma “reportagem” apócrifa exibida pelo rebaixado programa dominical ‘Fantástico’, do The Globe.

Após a exibição da reportagem, a ativista passou a sofrer em seu ambiente de trabalho um forte assédio moral e perseguição política com a finalidade de fazer com que a mesma pedisse demissão. O patrão, sabendo que esta não recuaria, a demitiu na última segunda-feira 04/12.

Em nota de denúncia, a FAG afirmou categoricamente: “Temos certeza das motivações não ditas desta demissão e, que sim, são de perseguição política por conta da exposição da companheira em rede nacional, onde vincularam sua imagem com ações ‘criminosas’, ‘terroristas’, por conta de sua militância anarquista”.

A criminalização da organização popular é encabeçada pelo velho Estado e continuada pelo monopólio de imprensa, sobretudo na “reportagem” citada. Além de ser responsável por efetuar as descabidas apreensões, a operação policial chegou ao cúmulo de conduzir coercitivamente um advogado que deu uma palestra em uma biblioteca independente.

O Hotel Intercity calcado sob o marketing de ser considerada “A melhor empresa para se trabalhar” possui, segundo o portal Repórter Popular, um histórico de constante violação dos direitos trabalhistas, promovendo perseguições e assédios contra seus funcionários.

Assista aqui a entrevista realizada pela reportagem de AND no dia 1º de dezembro com Lorena (militante da FAG) e Gabriel (da Federação Anarquista do Rio de Janeiro, FARJ).

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