Policial aponta arma para trabalhador que responde “Não vou levantar a mão, não sou bandido”. Foto: Reprodução
Um vídeo difundido na internet flagra o momento em que policiais militares do 4º Batalhão, no município de Santana, 17 km do Macapá, no Amapá, tentam intimidar um morador por seu destacado papel de liderança em manifestações. Não há registro do dia e local exato do ocorrido, mas fica claro se encaixar no contexto da crise de abastecimento atual que assola o estado.
No vídeo, o trabalhador, dono de um pequeno empreendimento, rechaçou a tentativa de intimidação dos policiais, que chegaram já apontando armas para sua cabeça e chamando-o a se render.
“Não vou colocar a mão na cabeça. Eu não sou bandido, não! Vocês já me espancaram lá, eu denunciei vocês na Corregedoria lá! Vou denunciar de novo por ameaça!”, bradou o trabalhador, que voltou a repetir diversas vezes na sua resistência.
Num dado momento, o policial, após ficar acuado diante da valente resistência do morador, revelou o motivo que lhes levavam a perseguir o trabalhador. “Coloca no vídeo também que você está encabeçando as manifestações lá”, disse o policial, revelando a perseguição política por atrás do fato. “Larga essa pistola então, rapaz. Você é um covarde que se esconde atrás dessa farda. Você não é homem, você é um covarde!”, disparou o trabalhador.
Os militares, escorraçados e desmoralizados em sua ação injusta e tirânica, foram obrigados a bater em retirada diante da pressão do povo.
O vídeo, captado e divulgado pelo morador, pode ser visto na íntegra.
O Amapá está convulsionado por ondas de combativas manifestações após ficar de energia elétrica, desde o dia 3 de novembro. Já são mais de dez dias de escandalosa situação de calamidade, a que o velho Estado responde com envio de forças federais de repressão, como o Exército brasileiro.
Revelando o Estado de sítio e a cassação do direito à manifestação na prática, o comandante da PM afirmou, em entrevista: “Vamos estar atuando nos levantamentos dos principais pontos onde terá manifestação e tentar debelar antes que a coisa [manifestação] ocorra”. Todavia, o povo continua seus levantamentos.