Freire Gomes
O documento aponta a participação de Jair Bolsonaro no planejamento do golpe e operações com planos de acionar o artigo 142 da Constituição Federal e transmitir mensagens em rádio e TV da cadeia nacional. 
É óbvio que a grande advertência de Freire Gomes a Bolsonaro foi inócua: apesar dela, toda a articulação golpista ocorreu sob seus olhos, impotente, e só não resultaram em um golpe de Estado porque não teria apoio dos Estados Unidos.
As novas informações reveladas apontam para o papel de ministros-generais como Paulo Sergio Nogueira e de assessores e ministros do ex-mandatário, como Filipe Martins e Anderson Torres.
Tudo aponta à comprovação da tese, desde há muito levantada por esta tribuna, de que aquelas manifestações de galinhas verdes tinham um núcleo-duro operacional de gente profissional, funcionando como um partido político de extrema-direita e com capacidade militar.
A “democracia” está enganchada nas baionetas de generais pouco afeitos às liberdades democráticas, não raro, tidas como empecilho para seu trabalho de ferrolho contrarrevolucionário. Neste sentido, quer seja Luiz Inácio, quer sejam os “democratas” da direita tradicional, todos são incapazes de assegurar os próprios direitos democráticos.
A julgar pelas suas desculpinhas, estamos diante de um santo. Mas a realidade o desmascara. Estamos diante de um amoitado! Talvez por isso Braga Neto tenha lhe apelidado com aquele epíteto grosseiro. Trata-se do general que será lembrado como aquele que aguardou até o último lance pela definição dos fatos, para escolher qual lado seguir.