Peru: 40 anos de invencível Guerra Popular

Peru: 40 anos de invencível Guerra Popular

Reproduzimos publicação de 2017 por ocasião dos 40 anos do início da Guerra Popular Prolongada no Peru.


A Guerra Popular não pode ser cessada

Presidente Gonzalo, chefatura do PCP, 1992.

O Partido Comunista do Peru (PCP), reconstituído depois de 17 anos de titânica luta de duas linhas vanguardeada pela Fração Vermelha sob a chefatura de Abimael Guzmán Reynoso — o Presidente Gonzalo —, em 1980, declarou guerra ao velho Estado peruano, com o objetivo de estabelecer a República Popular do Peru, por meio da guerra popular.

Combatentes do EPL na província de Huanta-Ayacucho, 2012

Nesse mesmo ano, no dia 17 de maio, uma coluna guerrilheira tomou de assalto um posto de votação em plena eleição geral, no povoado de Chuschi, departamento de Ayacucho, e incendiou as urnas levantando as consignas Viva a luta armada! e Viva o governo de operários e camponeses! Daquele povoado ecoou o chamado às massas e revolucionários peruanos a derrubar a velha ordem e, desde então, cresceu e se espalhou pelos Andes, costas e selvas, e mesmo os duros golpes da reação que levou à caída do Comitê Central e do Presidente Gonzalo nunca puderam realizar seu vão sonho de aniquilar a guerra popular, que agora completa 37 anos de marcha.

ENCARCERAMENTO E LUTA DE DUAS LINHAS

Após a prisão do Presidente Gonzalo e a queda do Comitê Central, em 1992, aparece uma linha oportunista de direita (LOD) capitulacionista e revisionista que, como parte da patranha da CIA ianque e dos serviços de inteligência do velho Estado peruano, propõe “acordo de paz”, proposta esmagada pela continuidade da guerra popular. Posteriormente a LOD levanta as bandeiras rotas de “solução política aos problemas derivados da guerra” e “anistia e reconciliação nacional”, tendo como cabeça a ratazana Miriam. Todas as ações da LOD, em conluio com os operativos da reação, conduzem à explosão da direção do PCP (o então Comitê Central de Emergência), descabeçando a guerra popular, separando a guerrilha da luta das massas.

Pampa Aurora, norte de Huanta, zona de Vizcatan, 2013

Os revisionistas negam a Base de Unidade Partidária: o marxismo-leninismo-maoismo pensamento gonzalo, a chefatura do Presidente Gonzalo, a linha política geral e o programa do histórico I Congresso de 1988. Negam, em síntese, as leis universais do maoismo e os aportes do pensamento gonzalo, tais como: a Revolução de Nova Democracia no Peru, tendo no campesinato a força principal, unindo a luta econômica das massas à luta pelo Poder, por meio da direção do Partido Comunista militarizado para dirigir a guerra popular — campo como palco principal e cidade como complemento necessário —, partido que é eixo e centro dos três instrumentos fundamentais da revolução compostos ainda pelo Exército Popular — massas armadas e militarizadas — e a Frente Única Revolucionária para aglutinar amplas massas na luta reivindicativa e pelo poder, além de nutrir os outros dois instrumentos servindo à revolução. Negam ainda a ofensiva estratégica da Revolução Proletária Mundial, a bancarrota do revisionismo no mundo e a agudização de todas as contradições.

REORGANIZAÇÃO GERAL EM MEIO A GUERRA POPULAR

Desde então, enquanto os revisionistas levantam a suposta derrota da guerra popular e do partido e a impossibilidade de prosseguir com a luta armada, o PCP segue se reorganizando. “O desenvolvimento da Reorganização Geral do Partido em meio a guerra popular mostra que ela está mais próxima da sua brilhante culminação”, afirmou o Movimento Popular Peru (Comitê de Reorganização) — MPP (CR).

Segundo a mesma fonte em 2016, em pronunciamento por ocasião do 88º aniversário de sua fundação, o PCP assumiu uma série de ações da guerra popular nos departamentos de Huacho, Huancavelica, Cuzco, Ayacucho e na região metropolitana da capital Lima.

Em entrevista realizada em 2013, publicada pelo MPP (CR), em março de 2017, a Camarada Laura, dirigente do PCP e comandante do Exército Popular de Libertação (EPL) no VRAEM (Vale dos Rios Apurimac, Ene e Mantaro), afirmou: “Vale recordar que o Partido sempre esteve presente: nosso centro é combater. Nossa base é o proletariado e o povo. Nosso caminho é a guerra popular. Nosso objetivo é a República Popular do Peru. Nossa ideologia é o marxismo-leninismo-maoismo pensamento gonzalo. Nossa meta final é a Revolução Proletária Mundial e o Comunismo”. “No que deu a chamada ‘derrota do sendero’, ‘derrota do terrorismo’, ‘acordo de paz’? Cremos firmemente que tudo isto é uma infâmia contra o Partido. Com fervor revolucionário desfraldamos ao vento as bandeiras vermelhas da rebelião. Viva a Guerra Popular! A Rebelião se justifica! Tomar os céus de assalto! Nossa arma invencível: O marxismo-leninismo-maoismo pensamento gonzalo. Os reacionários dizem: rendam tuas armas. Nós respondemos: Venham tomá-las!”.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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