Peru: Explosão em mina de ouro deixa 27 operários mortos

Companheiros de trabalho e familiares aguardam notícias sobre as vítimas do crime. Foto: AFP
Companheiros de trabalho e familiares aguardam notícias sobre as vítimas do crime. Foto: AFP
Companheiros de trabalho e familiares aguardam notícias sobre as vítimas do crime. Foto: AFP

Peru: Explosão em mina de ouro deixa 27 operários mortos

Um incêndio seguido de explosão deixou 27 operários mortos em uma jazida de ouro em Arequipa, sudeste do Peru, no dia 6 de maio. Segundo informações do prefeito reacionário da cidade, um curto-circuito provocado por um desabamento de rochas teria provocado o fogo na mina, que é gerida pela empresa Minera Yanaquiha S.A.C. (MYSAC), intermediária de empresas imperialistas suíças. As estruturas erguidas nas minas e dolinas eram feitas de madeira, material impróprio para esse tipo de construção e que foi completamente consumido pelas chamas. 

Os operários vítimas do crime – provocado pela conveniência da empresa em manter uma estrutura imprópria – estavam a 100 metros de profundidade em linha reta no momento da explosão. A maioria dos trabalhadores morreu sufocada pela fumaça ou queimados pelo incêndio. Esse foi o segundo maior crime na mineração peruana nas últimas duas décadas. 

A MYSAC opera há 23 anos no Peru e extrai aproximadamente 15 mil onças de ouro (medida utilizada na pesagem de metais preciosos) anualmente. A empresa atua como uma intermediária para o imperialismo suíço, um dos principais exploradores do ouro peruano. A MYSAC é responsável por explorar os mineiros e pequenos artesãos peruanos e vender as riquezas extraídas para o monopólio suíço Metalor Technologies International SA

Essa exploração das riquezas peruanas e os crimes contra o povo que a acompanha são beneficiados por acordos com o velho Estado peruano, lacaio do imperialismo, que favorece a exploração imperialista por meio de uma legislação e uma fiscalização anti-operárias. Enquanto as minas “legalizadas”, como a da MYSAC, são permitidas a funcionar mesmo com estruturas frágeis e incapazes de sustentar os impactos e riscos da atividade mineradora, outras inúmeras minas irregulares funcionam pelo país sem fiscalização e penalização pelos crimes dos grandes empresários e latifundiários contra os operários. 

Leia também: Peru: Camponeses se rebelam contra mineradora!

As condições inseguras de trabalho são, não raras vezes, acompanhadas de relações semifeudais que aflingem os operários e camponeses nos campos de mineração e garimpo pelo país (como o cachorreo, sistema em que o garimpeiro não recebe salário por seis dias na semana para ficar com os minerais extraídos no sétimo dia de trabalho). Como consequência, somente em 2022, 39 trabalhadores morreram em atividades de mineração no Peru.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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