Segundo a pesquisa de opinião divulgada hoje (02/04) pela Genial/Quaest, a desaprovação do governo federal encabeçado por Luiz Inácio (PT) chegou a 56% entre a população apta a votar. Os dados apresentam um verdadeiro descolamento entre os índices de aprovação e desaprovação, que há dois meses se encontravam com taxas de 47% e 49%, respectivamente.
No Nordeste, onde se concentra um alto índice de massas empobrecidas e onde o PT afirma ter uma base social sólida, o índice de desaprovação subiu em 9%, chegando a 46%, enquanto a aprovação recuou de 56% para 52%, 4 pontos percentuais.
No País como um todo, a taxa de desaprovação do governo federal subiu em 13% desde julho do ano passado. No Sudeste, região mais populosa do país, o número de insatisfação chega a 60%, enquanto apenas 37% aprovam a atual gestão.
Entre os mais jovens, a taxa segue preocupante para o mandatário do oportunismo, chegando a 64% de descontentamento de pessoas que possuem entre 16 e 34 anos. O dado é importante porque, na campanha eleitoral de 2022, dados do Datafolha apontavam que 52% do público jovem votaria em Luiz Inácio.
A pesquisa Genial/Quaest foi divulgada um dia depois de um levantamento da Atlas/Intel. Essa última afirmou que 49,6% veem o governo de Luiz Inácio como ruim ou péssimo e somente 37,4% veem como ótimo ou bom.
Além disso, segundo a pesquisa Atlas/Intel, 44% dos entrevistados afirmam que a situação empregatícia está ruim e 30% acham que vai piorar ainda mais. Esse dado contrasta com as promessas de campanha de Luiz Inácio, dentre elas a de reduzir o desemprego, e mesmo com dados oficiais celebrados pelo governo de “desemprego recorde”.
A aparente contradição entre os dados e os sentimentos das massas são explicadas pela maquiagem que os dados fazem da real situação de desemprego no País, conforme já mostrou o jornal A Nova Democracia. Cálculos feitos por AND a partir do banco de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que 35% da população brasileira está sem trabalhar e 67% está desempregada ou trabalhando de maneira informal.
Ainda segundo a pesquisa da Atlas/Intel, a maioria dos entrevistados (75%) afirmaram que a renda não está acompanhando o aumento dos preços, enquanto 62,5% compreendem que as medidas do governo para conter a inflação, em especial de alimentos, são absolutamente ineficazes. No mês passado as massas populares brasileiras assistiram a cesta básica encarecer em 4,4%, enquanto alimentos como ovo e café moído atingiram a alta de 20% e 8,5%, respectivamente.
A alta nos alimentos acompanhou, de um lado, a alta nas exportações, mas também o aumento de 1% na taxa de juros, afetando principalmente as famílias mais pobres, cujo 80% se encontra endividada no país. A situação se torna ainda mais evidente quando uma das principais promessas de campanha do PT era tirar “novamente” o País do mapa da fome.
Como resultado das promessas vazias, 71% dos entrevistados acreditam que o atual governo de turno não vêm cumprido suas promessas de campanha e mais da metade (53%) compreendem que essa é a pior gestão de Luiz Inácio em todos os seus três mandatos.
A desaprovação crescente do governo petista é resultado direto da a política de direita que o governo vem implementando – o que se expressa na postura passiva frente à alta dos preços e dos juros para não se chocar com o latifúndio e com a oligarquia financeira, com a conciliação com o “centrão” bolsonarista, com a falta da entrega de terras para os camponeses e pelos ataques a serviços e direitos do povo, como os sucessivos cortes na Saúde e Educação em 2023 e 2024, embora eles tenham freado em 2025 para tentar reverter a queda na popularidade.