Ocorre, desde o dia 1º de fevereiro, uma greve dos petroleiros contra demissões e por direitos trabalhistas. As paralisações, até o momento, estão sendo feitas em dez estados: Amazonas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo, Paraná, Pernambuco e Rio Grande do Sul.
Na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen-PR), os trabalhadores ocupam a unidade há 12 dias contra o fechamento da fábrica e as mil demissões anunciadas pela gestão da Petrobrás, que ocorreriam dia 14 de fevereiro. A Fafen está na lista de privatizações do fascista Bolsonaro e seus generais ultrarreacionários.
No Rio de Janeiro, um grupo de cinco diretores da Federação Única dos Petroleiros (FUP) ocupam o edifício sede da Petrobrás, demandando uma negociação com a gestão da estatal. Além de exigir a suspensão das demissões na Fafen-PR, os trabalhadores querem que seja cumprido o Acordo Coletivo de Trabalho.
Segundo informações dos sindicatos da FUP, a adesão é de 90% a 100% nas unidades operacionais, com participação dos trabalhadores terceirizados e também do administrativo.
Apesar das ações antissindicais da Petrobrás, que insiste em desrespeitar o direito à greve, com interdições proibitivas, cortes nas comunicações das plataformas, cárcere privado nas unidades, entre outras arbitrariedades, os petroleiros seguem parados.
A operação tem sido mantida na maioria das unidades do Sistema Petrobrás por equipes de contingência da empresa, formadas por gerentes, supervisores e outros profissionais sem experiência nas tarefas de rotina das refinarias, plataformas e terminais, o que coloca em risco a segurança das equipes e das próprias unidades.
Na Bacia de Campos, já foram registrados vazamentos nas plataformas PCE-1 e P-15. No Terminal de Paranaguá (PR), as equipes de contingência colocaram a segurança em risco durante bombeamento de Gás Liquefeito de Petróleo para a Refinaria Presidente Getúlio Vargas.
12° dia de greve ganha força e promove união das massas
Petroleiros da Petrobras entraram em seu 12º dia de greve no dia 12/02, com o protesto atingindo 101 unidades da estatal monopolista em 13 estados do país, segundo a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). De acordo com a entidade, a mobilização afeta, entre outras unidades, 48 plataformas, 11 refinarias e 20 terminais.
Em vez de negociar com a FUP e os sindicatos, garantindo o direito constitucional à greve, a gestão da empresa descumpre medidas judiciais e a própria legislação, anunciando que está providenciando “a contratação imediata de pessoas e serviços, de forma emergencial, para garantir a continuidade operacional em suas unidades durante a greve”.
Petrobras desconta salário de petroleiros
O monopólio burocrático aplicou o primeiro desconto de salário aos trabalhadores que estão em greve no adiantamento do dia 10, de acordo com um documento interno da companhia visto pela Reuters. No dia 21, quando ocorrerá o próximo pagamento, será realizado novo desconto dos dias de greve.
“Caso o empregado retorne ao seu posto de trabalho, a estatal fará um contracheque de ajuste na primeira oportunidade possível para pagar os dias trabalhados a partir do retorno”, diz nota da empresa.
Para o coordenador interino do Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro), Valmir Hoffmann, “essa é uma forma da empresa pressionar os empregados”, “É uma tentativa, mas não vai funcionar, pode até colocar mais ‘sangue nos olhos’ da galera”, diz Hoffman.
Petroleiros estão em greve desde o dia 1° de fevereiro. Foto: Banco de Dados AND