Manifestantes defendem a greve dos caminhoneiros e o fim do PPI. Foto: Reprodução
No município de Canoas, no Rio Grande do Sul, houve uma manifestação de petroleiros, motoboys e motoristas de aplicativos em frente da refinaria Alberto Pasqualini (próximo à BR-116/RS) em apoio à greve dos caminhoneiros, que já está no seu quinto dia. A adesão ocorre devido à abrangência das pautas principais e da demonstração de combatividade dos caminhoneiros grevistas desde o dia 01/11.
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Os manifestantes levaram uma faixa com os dizeres: “A Petrobrás é nossa. O preço pode ser justo”, referindo-se à demanda pelo fim do Preço Paritário de Importação (PPI), que afeta toda a tabela de preços dos derivados do petróleo. Segundo uma manifestante entrevistada, “15% dos motoristas desde o início do ano já deixaram de trabalhar, principalmente quem trabalhava com o combustível da gasolina e quem trabalhava com carro locado já está deixando de trabalhar porque não está conseguindo se manter”.
Logo no início da mobilização, os trabalhadores foram abordados pela Polícia Militar, que intimidou manifestantes e disse para que eles não ocupassem a BR-116/RS. As liminares emitidas contra os caminhoneiros foram usadas como justificativa legal para impedir que os trabalhadores (além dos próprios caminhoneiros) exerçam o direito legítimo de livre manifestação e reivindiquem seus direitos. Ainda assim, o ato ocorreu de maneira vitoriosa, mobilizando diferentes setores do povo do município gaúcho.
Os manifestantes prosseguiram organizados e realizaram o protesto ao lado da rodovia. Um entregador (motoboy) que esteve presente no ato afirmou que “se a gente não fizer nada em relação a isso, mais pessoas irão sofrer e até morrer por conta dessa política que é a Paridade de Preços de Importação. Isso tem que acabar. Foi provado na prática e com vidas que isso não funciona. A Petrobrás é do povo e a gasolina tem que ser boa pro povo”.
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No dia 04/11, estiveram presentes no piquete do Porto de Santos representantes dos petroleiros da baixada santista.
A justa greve dos caminhoneiros no Porto de Santos apesar de toda a repressão policial, segue firme pautando o fim do PPI e a nacionalização imediata dos preços dos combustíveis!! Afinal o Brasil é o nono maior produtor de Petróleo do mundo saiba mais em https://t.co/yG4JEW7ZzB pic.twitter.com/xrJnh9Sm5y
— Fábio Mello (@fabiomellopsol) November 5, 2021
Em demonstração de solidariedade, entregadores (motoboys) convocam para compor o piquete com os caminhoneiros. “Vim convocar para a paralisação. Os caras [caminhoneiros] precisam de força. O Brasil precisa de força. Espero contar com vocês aí. Santos, a baixada inteira: os caras estão precisando! A gente precisa de mudança! Espero poder contar com a rapaziada toda!”.
Na mesma linha, na tarde do dia 05/11, será realizada uma reunião virtual entre a Confederação Nacional dos Transportes Terrestres (CNTT) juntamente com a Associação dos Motoristas de Aplicativos do Estado de Goiás (Amago) e outras 25 associações estaduais de motoristas de aplicativo sobre possíveis alianças para uma paralisação nacional. Sua pauta é a redução do preço do combustível, além de outras demandas específicas dos motoristas de aplicativo, principalmente o reajuste da tarifa dos monopólios de serviço de entrega.