PI: Camponeses do acampamento Sobras Lagoinha resistem a ataques do latifúndio

PI: Camponeses do acampamento Sobras Lagoinha resistem a ataques do latifúndio

O acampamento Sobras Lagoinha, onde vivem 70 famílias camponesas, desde novembro está resistindo a diversos ataques e ameaças de despejo. De acordo com denúncias dos trabalhadores, as iniciativas reacionárias partem da latifundiária Leda Nunes Pimentel e de um de seus filhos conhecido como Assendino, que vem promovendo uma série de crimes contra os camponeses da área localizada no município de Sigefredo Pacheco, a 160 km de Teresina, Piauí (PI).

Os crimes ocorrem em uma tentativa de expulsar os trabalhadores de suas terras mesmo após dois pedidos de despejo feitos pela latifundiária serem rejeitados pelo judiciário.

Em uma tentativa de intimidação aos camponeses, invasores em uma caminhonete branca foram até o acampamento, o fato foi gravado. Os camponeses não se acanharam diante da ação e os questionaram em tom altivo: “Vai dizer que o dono da Lagoinha é você? Safado! Bando de safados!”. Não demonstrando medo, os trabalhadores colocaram os invasores para correr.

Os camponeses denunciam que são alvos de disparos de arma de fogo. Alegam também que o latifundiário Assendino Lins de Albuquerque de Campo Maior tem destruído casas e cercas, promovido aberturas de valas e obstruções nas estradas. A comunidade declara que vários boletins de ocorrência foram realizados, mas que nada foi feito até o momento.

O acampamento Sobras Lagoinha

A área total do acampamento Sobras Lagoinha  é de cerca de 5 mil hectares. Ali há ao menos seis anos as famílias vivem, plantam melancia, feijão, cana-de-açúcar, cajueiro e criam animais. Há cinco poços tubulares no local e diversas construções edificadas.

Segundo o camponês Antônio Chaves, em entrevista ao portal Piauí Hoje, os latifundiários que alegam ser “herdeiros” têm o registro de apenas um pouco mais de mil hectares, porém as terras onde as famílias vivem não fazem parte desta gleba documentada. Antônio afirmou ainda: “O que chama atenção é que os herdeiros nunca fizeram a averbação dos limites da propriedade”, e denunciou também, “portanto [os latifundiários] não sabem os limites de suas terras e nem a polícia que vai fazer o despejo o sabe também”.

Latifúndio coordena ataques e destruições contra camponeses do acampamento Sobras Lagoinha. Foto: Reprodução

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