Cerca de 300 famílias do Assentamento Anselmo Dias II foram despejadas pela Polícia Militar (PM) do gerente estadual José Wellington Dias/PT, na zona sudeste de Teresina, Piauí, na manhã de 22 de fevereiro.
Sob as ameaças dos policiais, os moradores abandonaram as suas residências, construídas com muito esforço e sacrifício pelos trabalhadores. Alguns moradores choravam quando saiam do assentamento. Grande parte das famílias não têm para onde ir. No assentamento viviam muitas crianças – 15 delas com microcefalia – e idosos.
“Minha filha adoeceu há dois dias, tem apenas dois anos e teve alta ontem e eu cheguei em casa às 22h, sem comer, sem tomar banho, porque ela só quer ficar comigo. Vim embora com chuva. Hoje pela manhã ia voltar ao hospital, porque ela piorou na madrugada, quando estava me preparando, chegaram vários policiais e fiquei desesperada, não soube o que fazer. Não tenho nada e vou perder o pouco que tenho, estou sem ter o que fazer nem para onde ir. Não estava preparada”, declarou a dona de casa Francisca Rodrigues a um órgão do monopólio de imprensa (G1).
O terreno que as famílias ocupavam há nove meses é supostamente privado, mas segundo a promotora Leida Diniz o terreno pertence ao estado do Piauí.
Conforme uma liderança do assentamento, Rafael Dias, a área antes de ser ocupada pelas famílias encontrava-se abandonada há 40 anos. Este ano um grupo de empresários apareceu no local alegando serem os proprietários do terreno e conseguindo um mandado de reintegração de posse junto ao Judiciário.