PIB estagnado, renda per capita menor que 2013: crise prossegue apesar promessas de ‘desenvolvimento’

Dados do IBGE revelam um crescimento ínfimo de 0,1% do PIB, 0,9% abaixo da última alta. Enquanto isso, caíram investimentos na produção e a renda per capita no País segue baixa.
Dados do IBGE revelam um crescimento ínfimo de 0,1% do PIB, 0,9% abaixo da última alta. Enquanto isso, caíram investimentos na produção e a renda per capita no País segue baixa. Foto: Gabriela Biló/Folhapress

PIB estagnado, renda per capita menor que 2013: crise prossegue apesar promessas de ‘desenvolvimento’

Dados do IBGE revelam um crescimento ínfimo de 0,1% do PIB, 0,9% abaixo da última alta. Enquanto isso, caíram investimentos na produção e a renda per capita no País segue baixa.

Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 5 de dezembro, a renda per capita no Brasil atualmente é menor que a de 2013. O PIB cresceu em 0,1% nos últimos três meses segundo o mesmo instituto, mas carece de perspectivas de crescimento para o trimestre final do ano, de acordo com análises de monopólios financeiros e a projeção do próprio governo. O ano de 2024 também deve ser de estagnação ou queda da economia nacional, com aumento da inflação. O desenvolvimento da crise escancara debilidades graves no programa do novo governo, e que devem se agravar nos próximos anos. 

Para todo o ano de 2023, a projeção de crescimento do PIB é de 3%, uma alta igual a do ano passado. Outras análises indicam uma taxa de 2,9%, menor que a de 2022. O resultado do PIB mais recente indicou uma desaceleração severa na economia, com queda no crescimento de 0,9% do segundo trimestre para o terceiro.

Desenvolvimento?

São números que refletem bem a situação do País, afundado em um cenário de incontornável crise geral. Os investimentos produtivos (chamados pelos economistas burgueses de “formação bruta de capital fixo” – FBCF) e no total da produção (taxa de investimento nacional) estão em queda constante e avassaladora. Nesse trimestre, o investimento em instalações produtivas, maquinários e softwares caiu em 2,5%, quarta queda trimestral consecutiva. A taxa de investimento foi correspondente a 16,6% do PIB, o menor valor desde 2020, quando a cifra foi de 16,4%. 

Os resultados da produção e do investimento nacional são particularmente ruins para o novo governo, eleito sobre um forte discurso desenvolvimentista de fomento à produção nacional. As ações foram no sentido contrário, com baixa no investimento e aprovação de medidas, como o arcabouço fiscal, que agradaram, acima de tudo, a “banqueirada”, em detrimento de determinados setores da grande burguesia mais ligados à indústria.

Perspectivas de piora 

No ano que vem, a economia deve piorar ainda mais, com efeitos diretos nas economias do povo e das massas populares. A maioria dos fatores que contribuíram para algumas aparentes e passageiras melhoras em 2023 estarão ausentes em 2024. 

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O governo não irá gastar tanto quanto gastou no seu primeiro ano, uma vez que já estará dentro das estreitas margens do próprio arcabouço fiscal. 

As áreas essenciais e as chamadas “áreas sociais” serão gravemente afetadas, como já mostrou a presidência com os planos de fixar o orçamento para Saúde e Educação abaixo do piso

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A inflação cresceu em todos os meses desde julho, e o IPCA-15 (previsão da inflação) de novembro já sinalizou alta para esse mês, com áreas cada vez mais importantes impactadas: a alimentação subiu 0,82% no mês (nos últimos períodos, alimentos como hortaliças, frutas e tubérculos chegaram a subir 3% e 4,5%), a energia elétrica deve sofrer aumento de 6,58% (em algumas regiões, o aumento baterá 10,4%) e o diesel e o gás de cozinha também devem encarecer.

Tudo indica para a piora nas condições de vida das massas populares, bem como o inevitável e consequente crescimento da insatisfação popular com o novo governo e as promessas não cumpridas.

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