No nordeste da China, próximo a uma fábrica, uma pichação foi encontrada com os dizeres: Viva o Presidente Mao! na primeira linha e Viva o Presidente Gonzalo! na segunda e terceira. Foto: Banco de Dados AND
Recentemente, a imprensa chinesa noticiou o ressurgimento de grupos maoistas e algumas de suas ações, sob as barbas dos dirigentes social-fascistas do revisionista “Partido Comunista da China” de Xi Jinping. Os fatos mais recentes são algumas pichações, encontradas numa fábrica, no nordeste da China, que estampas as consignas: Viva o Presidente Mao! Viva o Presidente Gonzalo!, referindo-se às chefaturas das Revoluções Chinesa e Peruana, respectivamente.
Em nota, os ativistas que encontraram essa pichação escreveram: “Defender o Presidente Mao com sangue e com a vida! Defender o Presidente Gonzalo com sangue e com a vida! Viva a Guerra Popular Prolongada! Clamamos pelo estabelecimento de um novo Partido Comunista!”. As pichações ocorrem no contexto do 100º aniversário de fundação do Partido Comunista da China que, sob a direção do Presidente Mao Tsetung, empreendeu a Gloriosa Revolução Chinesa, em 1949, e a Grande Revolução Cultural Proletária, em 1966.
Juventude encontra no maoismo a solução para os problemas atuais da China
Uma matéria escrita por Li Yuan para o monopólio de imprensa imperialista The New York Times relata como a juventude chinesa tem recorrido ao maoismo para compreender a luta de classes e a exploração dentro da China atual.
Exemplo disso são os alunos da Universidade Tsinghua em Pequim, que pegaram os cinco volumes das Obras selecionadas do Presidente Mao Tsetung emprestados na biblioteca mais do que quaisquer outros livros em 2019 e 2020, de acordo com a conta oficial do WeChat (rede social chinesa) da biblioteca.
Ainda segundo a reportagem, em entrevistas e postagens, muitos jovens disseram que podem se identificar com a análise de Mao da sociedade chinesa como uma luta de classes constante entre os oprimidos e seus opressores.
“A nova geração está perdida nesta sociedade dividida, então eles procurarão as chaves para seus problemas”, escreveu um jovem apoiador do maoismo no WeChat. “No final, eles certamente encontrarão o Presidente Mao.”
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As longas horas de trabalho e salários baixos fazem com que, nas redes sociais, a juventude expresse o sentimento de serem tratados como “escravos assalariados”, “gado da empresa” e “cães da hora extra”.
Uma palavra de ordem comum entre os jovens expressa pela internet afirma: Morrer pelo país? Sim! Morrer pelos capitalistas? Nunca! Além disso, a primeira frase do Presidente Mao Tsetung do primeiro volume de suas obras escolhidas (“Quem são nossos inimigos? Quem são nossos amigos? Esta é uma questão de importância primordial para a revolução”) é muito citada entre a juventude, sobre os monopólios que exploram o povo umbilicalmente ligados ao Partido Comunista da China revisionista.
Os jovens declaram que seus maiores inimigos são a burguesia que os exploram. O principal alvo de sua justa rebelião é Jack Ma, o cofundador do monopólio de comércio eletrônico do Alibaba, semelhante ao Jeff Bezos, fundador da Amazon, no USA.
“Os trabalhadores são apenas ferramentas para ganhar dinheiro para pessoas como ele”, disse Xu Yang, 19, que afirmou que pessoas como Ma “devem ser eliminadas física e espiritualmente”.
Xu disse que começou a ler o Presidente Mao porque queria mudar a China para melhor. Recém-formado do ensino médio, o jovem questionou ao ser entrevistado: “O proletariado não venceu a revolução? Mas por que os senhores do país estão agora embaixo quando os alvos da ditadura do proletariado estão no topo? O que deu errado?”, indaga o jovem.
Depois que um colega de classe o apresentou aos livros do Presidente Mao no ano passado, Xu começou a pesquisar sobre a repressão contra o povo na China, usando um programa para acessar sites censurados. Ele descobriu sobre como o governo chinês esmagou esforços de jovens ativistas maoistas para ajudar os trabalhadores a organizar sindicatos independentes e prendeu um entregador de refeições que havia organizado seus colegas para exigir melhores condições de trabalho e de vida.
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Diante da ascensão do marxismo-leninismo-maoismo enquanto ideologia científica do proletariado na China, em especial entre a juventude, o Estado social-imperialista chinês tem censurado mensagens e grupos de discussão sobre o assunto, em tom de desespero.
Um outro sinal de que novas ondas revolucionárias avançam sobre a China está no Movimento Comunista Internacional. Na última declaração conjunta de Partidos e Organizações marxistas-leninistas-maoistas, por ocasião do Dia da Heroicidade (19 de junho), uma organização comunista chinesa, denominada Grupo Comunista (Maoista), foi signatária. Na declaração, faz-se referência à necessidade da guerra popular em todos os países do mundo para levar a cabo a Revolução de Nova Democracia, nos países oprimidos, e a Revolução Socialista nos países imperialistas, situação atual da China.