Felix Randy Malayao
O Consultor da Frente Nacional Democrática das Filipinas (FNDF), Felix Randy Malayao, foi executado a tiros dentro de um ônibus em Aritao, Nova Vizcaya, às 2h30 da manhã do dia 30 de janeiro. Malayao compunha e chegou a ser porta-voz da Comissão de Negociação da FNDF, que discutiu “acordos de paz” com o governo Duterte há dois anos.
Um homem, ainda não identificado, entrou no ônibus no qual viajava o democrata e atirou à queima roupa. Malayao estava dormindo e sequer teve chance de reagir. Tudo indica que o crime foi político, dado o papel desempenhado por Malayao, além do fato de que nenhum objeto seu ou de outrem foi furtado.
Malayao estava sob a suposta “proteção” do Acordo Conjunto sobre Garantias de Segurança e Imunidade, que garantia proteção estatal aos envolvidos nas “negociações de paz”. Além disso, Malayao nunca foi criminalmente acusado.
A FNDF salienta que este ataque deve ser visto no contexto de recrudescimento da repressão e da guerra contrarrevolucionária levada a cabo pelo governo de Duterte, contra as massas camponesas, operárias, pequenos e médios proprietários que lutam ou aspiram pela Revolução Democrática, Antifeudal e Anti-imperialista – revolução hoje dirigida pelo Partido Comunista das Filipinas, que comanda o Novo Exército do Povo.
Este atentado, assim como outros casos de perseguição política a democratas e progressistas da FNDF (como no caso dos democratas Vic Ladlad, Adel Silva e Rey Casambre, entre outros), expõe que os sucessivos governos do velho Estado filipino de grandes burgueses e latifundiários – serviçais do imperialismo – não estão interessados na “paz harmônica”, mas sim, interessados em silenciar os democratas e aniquilar a revolução em curso para seguir explorando o povo e entregando a nação.
Para concretizar esse interesse, utilizam-se frequentemente da tática de firmar acordos e negociações de paz com os revolucionários para desarmá-los e, posteriormente, ir perseguindo um a um – como ocorre hoje na Colômbia, onde as extintas Forças Armadas Revolucionárias (Farc) capitularam e têm, até agora, mais de 85 ex-guerrilheiros executados.