Cadáveres esperando pela perícia do IML. Foto: Divulgação
Uma operação da Polícia Militar (PM) do estado do Amazonas realizada entre a noite de 29 e madrugada do dia 30 de outubro deixou 17 pessoas mortas. A ação aconteceu entre as 22h45 até aproximadamente 3h, no local conhecido como Beco JB Silva, na rua Magalhães Barata, entre os bairros de Crespo e Betânia, na zona sul de Manaus.
Em entrevista, o comandante-geral da PM, Ayrton Norte, disse as seguintes palavras para contabilizar os mortos: “Nossas viaturas de ronda e da Força Tática foram até o local; houve o primeiro confronto em que a Força teve êxito na intervenção policial [de um homem]. Em seguida, os policiais da Rondas Ostensivas Cândido Mariano [Rocam] foram acionados para dar apoio nessa ocorrência com cinco equipes. Nós tivemos três confrontos e nesses três totalizam outras 16 intervenções policiais por parte da Rocam. Ou seja, ao todo foram 17 intervenções policiais”.
Foto: Divulgação
O que levanta suspeita da versão policial é que, no suposto confronto, nenhum policial foi baleado e nenhuma das viaturas da PM tinha marcas de tiros. Os 17 baleados foram encaminhados para o pronto-socorro e para o hospital 28 de Agosto, onde foram confirmadas as mortes.
Histórico de chacinas
Não é a primeira vez que temos notícias de chacinas como essas em Manaus. Em 2015, a morte de um policial militar durante uma tentativa de assalto pode ter motivado o assassinato de 37 pessoas em apenas um fim de semana. Como confessou o próprio secretário de Segurança Pública do Amazonas na época, Sérgio Fontes, “As investigações ainda estão em curso e há uma possibilidade de ser uma retaliação pela morte do sargento”. Quem paga, no entanto, é a população, que é vítima da guerra civil reacionária levada a cabo pelo velho Estado contra os pobres.