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No último dia 18 de agosto, um sargento da Polícia Militar assassinou com um tiro na nuca a estudante de psicologia Thalia Nascimento de Oliveira, de 18 anos, que estava na garupa de uma moto, segundo testemunhas. O crime ocorreu em Rio Preto da Eva, a 84 quilômetros de Manaus, Amazonas.
No seu depoimento, o policial militar afirmou que atirou “sem querer” após os jovens – Thalia e o amigo que conduzia a motocicleta – desobedecerem ordem de parada em uma blitz, conforme relatou o delegado Walter Cabral. No entanto, de acordo com as testemunhas, o sargento já havia discutido com o amigo de Thalia naquele mesmo dia, momentos antes de reencontrá-los e disparar o tiro.
Após entregar sua arma, mesmo admitindo ter disparado, o sargento foi liberado. “Ele alegou que estava fazendo uma abordagem na entrada da cidade, quando essa moto vinha em alta velocidade e quase o atingiu. Ele alegou que estava portando uma arma de fogo em posição operacional e, se afastando para evitar ser atingido pela moto, atirou sem querer”, disse Walter.
Família denuncia execução
O pai da estudante, Homero Luiz de Oliveira, denuncia que sua filha foi executada sem chances de defesa. “Ele executou a minha filha, atirou nela por trás e não deu chance para ela se defender”.
O pai também denuncia que, no momento, não havia nenhuma blitz no local do assassinato, mas apenas uma viatura parada sem sinalização para blitz. Apesar disso, o policial apenas entregou a arma e foi liberado. “Se fosse eu que tivesse matado uma pessoa e fizesse o que ele fez, teria ficado preso”, protestou Homero.
O condutor da motocicleta, Kaio Oliveira, também denuncia que não havia blitz no local. Ele afirmou que em nenhum momento o militar pediu para a dupla parar. “Fui deixar a Thalia, fiz o mesmo caminho. Não tinha blitz, sinalização, não fizeram nenhum sinal para a gente parar. Eu passei e só vi uma viatura embaixo de uma tenda que sempre fica lá. Todo mundo me conhece e se conhece no município. Não tinha motivo para furar blitz, até porque não havia. Sou habilitado. Se tivesse barreira, eu tinha parado. Eu não fugi da cidade”, esclareceu.
O irmão da estudante também denuncia a versão dada pelo sargento e cravou: “Foi uma execução”. “O PM diz que atirou para cima, para que o motociclista parasse, mas quem é que atira para cima e acerta na cabeça da pessoa? Isso para mim é considerado como execução. Não tem nada de erro”, apontou.