O feirante Pedro Henrique Dantas, de 20 anos, montava sua barraca na Praça Panamericana na Penha quando foi morto a tiros pelo sargento da Polícia Militar Fernando Ribeiro Baraúna na manhã do dia 6 de abril.
Investigações apontam que o policial procurava um suposto homem que o assaltou dentro de uma boate, onde estava se embriagando um pouco antes. O PM Fernando Ribeiro responde por homicídio qualificado.
De acordo com Natália Teles, mulher do PM, o “roubo” teria acontecido durante uma discussão em que ele estava envolvido numa boate. O assaltante fugiu e o casal foi expulso da boate, partindo então em perseguição ao assaltante.
As investigações mostram que Pedro Henrique foi abordado pelo PM às 3h da manhã enquanto montava a barraca de pastel, sendo atingido por três tiros.
De acordo com testemunhas, o casal teria dito que ele era “um cracudo” e “só mais um”. O corpo de bombeiros foi acionado às 5h30, mas Pedro Henrique não resistiu e morreu antes do resgate chegar.
A prima do feirante disse que, após os disparos, o PM deu um soco no rosto dela. Outros feirantes que trabalhavam junto com Pedro também demonstraram sua indignação: “Um garoto novo, 20 anos, estava começando a vida para vir alguém e fazer essa fatalidade com ele trabalhando…”.
A justiça determinou a prisão preventiva do policial enquanto se desenrolam as investigações do caso. Pedro Henrique foi sepultado no dia 07/04.
Modus operandi da PM
O caso de Pedro Henrique lembra a tentativa de assassinato do estudante universitário Igor Melo, de 31 anos. O jovem foi alvejado por um policial militar depois de sair do trabalho por ter sido confundido com um assaltante.
No caso de Igor, o policial também procurava o ladrão que, supostamente, teria assaltado sua esposa horas antes.
A repetição de casos tão similares é um reflexo claro da violência reacionária instaurada na sociedade brasileira contra as massas empobrecidas, principalmente pretas.
Os policiais, que dentro do serviço são estimulados a empregar o máximo de violência contra os pobres, repetem o mesmo padrão fora do trabalho. A corporativização militar, que frequentemente os inocenta, é um estímulo para a matança desenfreada.