PE: PM ataca festa do 1° de maio em Olinda com balas de borracha e povo se defende

A repressão da polícia contra as massas populares não é um caso isolado. Na mesma semana do ataque em Olinda, a Polícia Militar de Pernambuco prendeu 8 camponeses do MST em Petrolina sem nenhum mandado de prisão contra os trabalhadores, numa tentativa de criminalizar a luta pela terra.
PMs feriram 8 pessoas com balas de borracha. Foto: AND

PE: PM ataca festa do 1° de maio em Olinda com balas de borracha e povo se defende

A repressão da polícia contra as massas populares não é um caso isolado. Na mesma semana do ataque em Olinda, a Polícia Militar de Pernambuco prendeu 8 camponeses do MST em Petrolina sem nenhum mandado de prisão contra os trabalhadores, numa tentativa de criminalizar a luta pela terra.

A Polícia Militar (PM) de Pernambuco atacou diversas pessoas numa festa em Peixinhos/Olinda, em pleno 1º de maio, deixando 8 feridos com tiros de bala de borracha. Em resposta, para sua autodefesa, a população lançou objetos contra os policiais.

Uma mulher de 40 anos foi atingida na testa e precisou ser socorrida para a emergência. “Ela foi a primeira a ser socorrida. Depois chegaram mais quatro pessoas na UPA. Dessas, outra mulher também foi encaminhada ao (Hospital) Miguel Arraes, com um ferimento na perna, e recebeu alta”, relata uma amiga da ferida ao monopólio de imprensa Diário de Pernambuco.

Moradores relataram que a violência começou quando os PMs atingiram um adolescente com uma bala de borracha. A mãe do jovem foi questionar a polícia e logo foi recebida com disparos. A partir desse momento, o confronto escalou: a polícia atirou de forma generalizada contra o povo e as massas responderam à agressão com o lançamento de objetos.

O vereador Maurício Barbosa (Avante), organizador do evento e responsável pelo chamado da PM ao local, mal comentou o ataque dos policiais.

Em nota, a PM se limitou a dizer que abrirá uma investigação preliminar sobre a atuação do efetivo. O texto também defendeu a ação dos policiais, afirmando que eles só agiram mediante “tumulto com insultos e investidas”. A versão da polícia é contestada pelo povo, que afirma ter agido em autodefesa após o início da violência dos PMs.

A violência policial contra o povo já é rotina

Poucos dias antes do ataque em Olinda, a polícia prendeu 8 camponeses do MST, em Petrolina, sem nenhum mandado de prisão, na tentativa desesperada de criminalizar a luta pela terra.

Também no interior de Pernambuco, a polícia ocupou a Escola Nossa Senhora de Fátima, no município de Jaqueira, e cometeu várias arbitrariedades contra os camponeses da comunidade de Barro Branco. O povo denunciou que a PM serviu como apoio aos pistoleiros do latifúndio local e impediu as crianças de estudarem. Os PMs só saíram da escola após serem expulsos pelos camponeses em uma combativa manifestação.

O mesmo cenário de violência policial contra a população se repete no sudeste do país. Na mesma semana do ataque em Peixinhos, a Polícia Civil assassinou 13 pessoas durante operação de vingança em Duque de Caxias (RJ), sendo já o segundo massacre do tipo cometido em menos de um mês.

No Sul, as massas populares do Paraná se lançam em uma grande rebelião contra a violência policial após o assassinato covarde dos jovens Wender Natan da Costa Bento e Kelvin William de Oliveira, que aconteceu em fevereiro.

Essa onda de violência por parte dos PMs é impulsionada pela impunidade aos assassinos. Em abril, o judiciário do PE libertou 5 dos 12 policiais presos pela Chacina do Camaragibe, episódio sangrento em que PMs mataram 8 pessoas de uma mesma família por vingança pessoal. Tudo foi feito com requintes de crueldade. “Não atira na cabeça não, atira no tórax, debaixo da axila, de lado, meu irmão, atira no pulmão dele e socorre, deixa ele tomar no (…), o satanás levar essas desgraças”, disse um dos PMs, em áudio do Whatsapp, na preparação para a chacina.

Entre 2013 e 2023, a violência policial cresceu mais de 400% no Brasil, tendo como foco o povo pobre e preto. Segundo o estudo Pele Alvo, a violência sistemática contra essa parcela do povo se configura como genocídio. O povo, por sua vez, cada vez mais responde à violência reacionária com luta popular.

Manifesto Comunista
Informações do produto: O combo inclui: Dois bonés de cor Bege e Vermelha da Liga dos Camponeses pobres; Um ‘Manifesto do Partido Comunista’, Um livro ‘Citaç…
lojadoand.com.br
Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
Agora, mais do que nunca, AND precisa do seu apoio. Assine o nosso Catarse, de acordo com sua possibilidade, e receba em troca recompensas e vantagens exclusivas.

Quero apoiar mensalmente!

Temas relacionados:

Matérias recentes: