Envolvimento em massa da PM no crime: 15 policiais presos por assassinato de delator do PCC

Todo o caso revela a participação em massa de policiais no crime organizado, uma realidade já contestada em várias cidades do Brasil, particularmente as grandes metrópoles. Nesse caso, foram 15 PMs envolvidos e outros tantos denunciados por Gritzbach, executado para não enumerar mais.

Envolvimento em massa da PM no crime: 15 policiais presos por assassinato de delator do PCC

Todo o caso revela a participação em massa de policiais no crime organizado, uma realidade já contestada em várias cidades do Brasil, particularmente as grandes metrópoles. Nesse caso, foram 15 PMs envolvidos e outros tantos denunciados por Gritzbach, executado para não enumerar mais.

A Corregedoria da Polícia Militar (PM) de São Paulo prendeu hoje (16/1) 15 policiais militares investigados por envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC) e na morte do delator do grupo narcotraficante Antônio Vinicius Gritzbach.

Os presos são Dênis Antonio Martins, provável assassino de Gritzbach e 14 PMs detidos preventivamente por participação indireta no assassinato. São eles: um tenente que facilitava a folga de agentes de escola do delator, um tenente que chefiava a escolta irregular de Gritzbach e 12 cabos e soldados que integravam o grupo. Os militares também são investigados por vazar informações ao PCC.

A escolta era irregular porque Gritzbach contratou os PMs de forma pessoal, uma vez que não tinha direito à segurança oficial. Os policiais eram investigados desde abril de 2024 por escolta ilegal, segundo o secretário de Segurança Guilherme Derrite, mas nenhuma medida foi tomada.

A Polícia Civil investiga se, de fato, um dos carros usados na escola no dia do assassinato apresentou problemas. Segundo a versão dos PMs, quatro cabos e soldados não conseguiram ir até o aeroporto para fazer a escolta porque o veículo usado por eles apresentou problemas na ignição.

Há várias razões para os policiais se envolverem na morte de Gritzbach, desde dinheiro pago pelo PCC até uma ação de “queima de arquivo”, uma vez que o delator já havia comentado à Justiça sobre corrupção na polícia civil. Podia ser questão de tempo até ele falar sobre outros casos de corrupção nas polícias e mesmo o envolvimento dos policiais com os grupos narcotraficantes.

Todo o caso revela a participação em massa de policiais no crime, uma realidade já contestada em várias cidades do Brasil, particularmente as grandes metrópoles. Basta ver que, nesse caso, foram 15 PMs envolvidos e outros tantos denunciados por Gritzbach, executado para não enumerar novos agentes.

Mesmo assim, o governador de São Paulo comemorou: “A PM está punindo a PM”, comentou ele. Fato é, contudo, que a Corregedoria da Polícia Militar só foi a fundo no caso e puniu os envolvidos porque Gritzbach era um delator de uma investigação central do Ministério Público e foi morto na entrada do Aeroporto Internacional de Guarulhos, o maior da América Latina.

Eram muitos interesses feridos e pontas soltas para o caso ficar esmagado sob a pilha de casos arquivados no órgão de investigação da PM, junto a casos como o de Matias Menezes Caviquiole, de 24 anos, assassinado enquanto rendido e com as mãos para o alto por um PM: a Corregedoria apontou que o caso foi legítima defesa, apesar das filmagens que mostram o contrário, e o Tribunal de “Justiça” do Estado de São Paulo concordou.

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