PM de Alagoas promove despejo ilegal em Área Revolucionária a serviço de latifundiário ligado ao Ministro da Defesa

Após décadas de resistência camponesa vitória contra a pistolagem da Utinga Leão, contra a marginalidade da região e contra as forças militares do Velho Estado, os inimigos do povo conseguiram, em uma ação relativamente rápida e totalmente ilegal, promover destruição em parte da Área Revolucionária Renato Nathan. 

PM de Alagoas promove despejo ilegal em Área Revolucionária a serviço de latifundiário ligado ao Ministro da Defesa

Após décadas de resistência camponesa vitória contra a pistolagem da Utinga Leão, contra a marginalidade da região e contra as forças militares do Velho Estado, os inimigos do povo conseguiram, em uma ação relativamente rápida e totalmente ilegal, promover destruição em parte da Área Revolucionária Renato Nathan. 

Reproduzimos abaixo nota enviada pela Liga dos Camponeses Pobres (LCP) – Nordeste.

Famílias camponesas que vivem e produzem há décadas por toda extensão da zona rural do município de Messias (AL), organizadas pela Liga dos Camponeses Pobres (LCP) do Nordeste desde 2008, foram atacadas de forma covarde e traiçoeira, por uma verdadeira operação de guerra a mando dos latifundiários da Usina Utinga Leão, que têm como sócio Eduardo Queiroz Monteiro, primo do atual Ministro da Defesa José Múcio. 

José Múcio (à esquerda) ao lado de Eduardo Queiroz Monteiro (segundo da esquerda para a direita); na extremidade direita, ex-governador do PE, Paulo Câmara. Foto:Paullo Almeida

Desde 2009 que os camponeses desta região se uniram à LCP para conquistar a terra e destruir o latifúndio. Através de Assembleias Populares, decidiram e executaram o Corte Popular das terras em 2012, organizaram Escolas Populares, eletrificaram a rural e abastecem a feira local, as dos municípios vizinhos e o CEASA de Maceió. 

Após décadas de resistência camponesa vitória contra a pistolagem da Utinga Leão, contra a marginalidade da região e contra as forças militares do Velho Estado, os inimigos do povo conseguiram, em uma ação relativamente rápida e totalmente ilegal, promover destruição em parte da Área Revolucionária Renato Nathan

O juiz da Vara Agrária de Alagoas, José Afrânio dos Santos Oliveira, que possui imensa lista de acusações de venda de sentenças e reconhecidamente tido como um dos mais corruptos do judiciário alagoano, desrespeitou todos os acordos estabelecidos na chamada “Constituição Cidadã” e de forma escancarada defendeu os interesses das oligarquias agrárias no estado de Alagoas contra os camponeses pobres dirigidos pela LCP.

O superintendente do Incra de Alagoas, Júnior Rodrigues, indicado pelo deputado federal Arthur Lira (PP), havia prometido o inicio do processo da desapropriação das terras em favor dos camponeses a partir do dia 25 de outubro, sabendo que se tramava um despejo violento e ilegal contra as famílias para o dia 22/10.

Atuou como corresponde aos aliados do grupo paramilitar Movimento “Invasão Zero” em cargos importantes do estado. Só pra lembrar, o Presidente Luiz Inácio (PT) esteve pessoalmente em Alagoas no mês de maio, onde abraçou Arthur Lira e defendeu o seu poder dentro do INCRA estadual.

O Governador Paulo Dantas (MDB), marionete da oligarquia Calheiros, apoiou o ato criminoso contra mais de 720 famílias de camponeses posseiros, que vivem e produzem nas terras há décadas, tudo em prol de uma futura composição nas próximas farsas eleitorais no estado. Orientou o ITERAL a apoiar os latifundiários, falsificando mapas e justificando as ilegalidades para o despejo.

O Prefeito Marcos Silva (Republicanos), em palavras durante a eleição, jurou não permitir nenhuma injustiça contra o povo, principalmente contra os camponeses. Porém, além de autorizar operação de guerra dentro de seu município, disponibilizou toda a infraestrutura disponível para realizar a destruição das casas, dos poços, dos açudes, das casas de farinha, dos alambiques e dos pequenos comércios que já se desenvolviam dentro da Área Revolucionária. 

Apesar de tudo, não conseguiram destruir toda a área, apenas causaram mais ódio no coração dos camponeses, que certamente saberão responder mais cedo do que tarde a esse ataque covarde. Pagarão caro pela crueldade, pela injustiça e pela inadimplência. Cada inimigo do povo citado acima terá, a seu tempo e a sua medida, a cobrança devida. “Voltaremos mais fortes e mais preparados”.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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