A Polícia Militar, sob gestão do reacionário governador Dória, fez mais mortos do que feridos em 2019. Esses são os dados apresentados pela própria Ouvidoria das Polícias.
Segundo esses números, certamente subestimados, 845 pessoas morreram em ações da polícia, quase o dobro das 484 que ficaram feridas nas ações em que agentes atacam frente a uma suposta agressão. O levantamento inclui também ações de policiais de folga.
Em 2018, havia uma distância menor entre o número de mortos e feridos, ano em que 816 morreram e 605 pessoas ficaram feridas, portanto em 2019 a letalidade policial subiu 3,6% em São Paulo.
O aumento do número de assassinatos cometidos por policiais militares chama ainda mais a atenção num momento em que é discutida a legalização dos homicídios praticado pelas forças de repressão, chamada eufemisticamente de “excludente de ilicitude”.
A medida jurídica tem por objetivo inocentar os agentes de repressão que cometem assassinatos durante intervenções, garantindo assim a mais completa impunidade e legitimando juridicamente a prática do genocídio contra o povo pobre no campo e na cidade.
O termo “excludente de ilicitude” ganhou proporção após o surgimento do projeto de autoria do ex-juiz e arauto do imperialismo ianque para moralização podre parlamento, Sérgio Moro, que permite a redução da pena em até a metade ou a não aplicação nos casos em que as execuções cometidas por PMs tiverem sido, segundo ele, motivadas por situações de “escusável medo, surpresa ou violenta emoção”.