PM despeja famílias camponesas e destrói casas no interior de Pernambuco

Os policiais reprimiram os camponeses e usaram de retroescavadeiras para demolir as casas.
MST denunciou operação de guerra. Foto: MST

PM despeja famílias camponesas e destrói casas no interior de Pernambuco

Os policiais reprimiram os camponeses e usaram de retroescavadeiras para demolir as casas.

Cerca de 500 famílias foram despejadas no dia 9 de um outubro por policiais militares em Santa Maria da Boa Vista (PE). A operação de despejo contou com dezenas de viaturas, um helicóptero e tropas do Batalhão Especializado de Policiamento do Interior (BEPI).

O BEPI é um batalhão frequentemente envolvido em ações contra camponeses. No dia 28 de setembro, policiais do mesmo Batalhão observaram, sem fazer nada, uma tentativa de despejo ilegal feita por pistoleiros contra camponeses em Barro Branco, Jaqueira (PE).

Helicóptero usado na operação de guerra. Foto: Reprodução/MST

No local, os policiais reprimiram os camponeses e usaram de retroescavadeiras para demolir as casas. Integrantes do MST foram agredidos ao exigir um documento judicial que sustentasse a reintegração de posse.

Foto: Reprodução/MST

Segundo um dirigente regional do MST, as famílias sequer tiveram oportunidade de tirar seus pertences do local, que ficaram embaixo dos escombros.

O dirigente afirma que as famílias fizeram assembleia num galpão da reforma agrária para definir os próximos passos da luta. 

Manifestações ignoradas

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) acusa o Banco do Nordeste (BBB) de ser o responsável pelo despejo, uma vez que o órgão é omisso frente às dívidas que os donos do latifúndio possuem. De acordo com movimento, as dívidas ultrapassam o valor da própria propriedade, mas mesmo assim o banco não destina as terras à reforma agrária.

No dia 2/9, os camponeses protestaram na BR-428 para exigir que o governo e o BNB desapropriassem as terras e as entregassem aos camponeses. Na ocasião, um elemento reacionário sacou uma arma para tentar intimidar os camponeses. Nem o governo nem o BNB se prontificaram para atender as exigências.

Extrema-direita comemora

Enquanto isso, figuras da extrema-direita ligados ao movimento “Invasão Zero” (grupo paramilitar de articulação nacional envolvido no episódio de Barro Branco) como o Deputado Federal Coronel Meira comemoram a repressão.

Meira divulgou um vídeo nas redes sociais em que chamou os camponeses de “vagabundos” e parabenizou a PM.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
Agora, mais do que nunca, AND precisa do seu apoio. Assine o nosso Catarse, de acordo com sua possibilidade, e receba em troca recompensas e vantagens exclusivas.

Quero apoiar mensalmente!

Temas relacionados:

Matérias recentes: