No dia 3 de julho, a Polícia Militar (PM) reprimiu e coagiu uma manifestação contra a violência policial no Morro de São Bento, que levou ao assassinato do adolescente Gicelio de Souza Filho, morto em uma operação na favela na semana passada enquanto voltava da escola. O protesto ocorreu na saída do túnel Rubens Ferreira Martins, na cidade de Santos – SP.
A manifestação teve início por volta das 18h e contou com a presença de familiares, amigos, estudantes e professores de Gicelio. Também esteve presente uma representante das Mães de Maio.
O correspondente local de AND esteve presente e conversou com os manifestantes sobre Gicelio. Todos reforçaram que o jovem era um estudante dedicado, com as maiores médias de participação em atividades.
Os colegas de Gicelio foram com camisas com a imagem do jovem assassinado e faixas com exigências de justiça . Pouco mais de 30 minutos depois do início da manifestação, a PM dispersou os manifestantes bombas de efeito moral e truculência. Os trabalhadores se reorganizaram numa rua próxima e seguiram a protestar.
De maneira arbitrária, os PMs revistaram vários manifestantes, inclusive adolescentes, e seguiram com a repressão mesmo depois de não encontrarem nada que pudesse servir para incriminar o povo. Os militares também portaram armas de fogo de forma ameaçadora e filmaram os manifestantes.
Esse fato acontece ao mesmo tempo que o governo de Tarcísio de Freitas tenta avançar com o projeto de implementação da escola “cívico-militar”, ignorando os dados sobre a violência policial contra estudantes nas periferias. Na semana passada, a Advocacia-Geral da União (AGU) considerou o modelo como inconstitucional.
A manifestação seguiu até a escola estadual João Octávio dos Santos, onde Giceliou estudava, e se dispersou.