Poema: “A Longa Marcha”, de G. Maria de Jesus Ribeiro

Poema: “A Longa Marcha”, de G. Maria de Jesus Ribeiro

Osso em cima de osso

faz-se o homem e a mulher.

Mas, aqui,

os ossos não definem

nem força,

nem quilometragem.

 

Define isso o som uníssono

das botas no chão

e os músculos enrijecidos

que sustentam armas,

que agarramos fortes

e ágeis.

 

O horizonte,

infinito,

continuará sendo,

mesmo depois de nós.

Assim como as massas o é

para sempre.

 

E, nessa vastidão sem fim,

mar armado de massas,

a marca singela

da qual mais me orgulho

e guardo com carinho,

é a da sola

que meus pés sempre doloridos e felizes

traçaram por essas matas.

 

Estou certa:

A marcha mais curta

será a da minha própria história,

enquanto a longa

será das massas.

Tomando rapidamente a Ponte Luding, pintura de Lei Tan. Foto: Banco de Dados AND

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