Saroj Dutta (1914-1971) foi um poeta comunista indiano, importante membro do Comitê Central do Partido Comunista da Índia (Marxista-Leninista) sob direção de Charu Mazumdar à época do início da luta armada naquele país. Assassinado pela polícia de Calcutá em 1971. Poema publicado em homenagem aos 55 anos do levante de Naxalbari.
Meus poemas nunca narrarão minha história,
Meus lamentos não ecoarão em qualquer linha solta,
Minha poesia não negocia o pesar dos miseráveis,
Nem é fetiche lascivo de uma mente impotente.
Não é decreto narcisista do amor universal,
ou a oferenda do frágil frente ao templo do poder.
Sou o camarada daqueles
que erguem a tocha da humanidade
no céu do povo.
Não me encontrarás em nenhuma página de minha poesia
Meus limites curvam-se ao infinito inumerável.
Com a enchente em minha cola, desencadeei
o pântano estagnado, manchado de lama venenosa
Minha dor não chorará como num cemitério,
Sou uma gota intrépida no fervor oceânico de meu coração.
Charu Mazumdar e Saroj Dutta, com um Livro Vermelho em mãos. Foto: Reprodução.