(Em homenagem a Celino e Wanderson)
Na manhã de um dia
foste bravo combatente
lutasse contra a tirania
em defesa da tua gente
Na noite de um dia
foste mártir dos indigentes
assassinado pela covardia
de facínoras insolentes.
Na manhã de um dia
o teu nome foi lembrado
os que mataram na covardia
foram pelo povo justiçados.
Na noite de um dia
o teu povo triunfou
teu sangue foi sementinha
que logo germinou.
Conheci Celino e Wanderson quando estive na comunidade do Cedro em Arari. Celino me informou sobre a vida na comunidade, me levou para ver os campos alagados, me mostrou como os porcos atendiam ao seu chamado e denunciou os crimes cometidos pelos latifundiários. Wanderson, o mais jovem e filho de Celino, me levou numa canoa dentro dos campos alagados para que eu conhecesse sua beleza e também a beleza do resultado da luta dos camponeses: cercas ilegais arrancadas para que o povo pudesse viver em paz tendo direito à terra que é de todos. Ambos me contaram as histórias do cárcere, histórias de quando no começo de 2019 foram presos por defender a luta do povo. Ambos para mim são inspirações e eu jamais esquecerei das lições que aprendi com esses bravos combatentes que na madrugada do dia 5 de janeiro de 2020 foram brutalmente assassinados na frente de seus familiares pelos pistoleiros serviçais do latifúndio.
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