Vladimir Maiakovski (1893-1930) foi o grande poeta bolchevique russo, partícipe ativo da Grande Revolução Socialista de Outubro. O seguinte poema é um excerto do poema épico Vladimir Ilich Lenin. No dia 19 de julho, completaram-se 129 anos de seu nascimento.
As palavras,
até
as mais importantes,
pelo uso, tornam-se velhas,
como os trajes.
Quero
fazer brilhar, com anovado brilho,
uma palavra, a mais majestosa:
“PARTIDO”.
Um só!…
Quem dele precisa?!
A voz de um é de menos som
que o piar dum passarinho.
Quem a ouvirá?
A tua mulher, quiçá!
E isso
se não estiveres no mercado,
ainda que seja perto.
O Partido
é como
um furacão bravio
onde vozes finas e sutis,
tem-se juntado e fundido;
ao combate,
demolindo
as fortalezas do inimigo,
como num bombardeio
explodem
os tímpanos dos ouvidos.
Infeliz o homem
que está só.
Mal estará,
nenhuma batalha vencerá,
qualquer que possuir força maior
será seu senhor,
e mesmo os fracos,
se houverem dois.
Contudo,
se num partido
se aglomeram os pequenos,
então,
rende-te, inimigo,
e fique aí quieto!
O Partido
é uma mão de um milhão de dedos,
apertada,
com vigor,
um rijo punho demolidor.
Um só é tolice,
um é como nenhum,
um,
por muito importante
que seja,
não levantará
nem uma simples
viga de madeira,
muito menos, um edifício
de cinco andares.
O Partido
são
milhões de ombros,
apertados, estreitamente,
uns rentes aos outros.
Com o Partido
novas construções levantaremos
até o céu,
sustentando-nos,
elevando-nos mutuamente.
O Partido
é a espinha dorsal da classe.
O Partido
é a imortalidade da nossa causa inteira.
O Partido
é o único que nunca me trairá.
Hoje sou subordinado,
embora amanhã
reinos, do mapa, poderei arrancar
O cérebro da classe
a ação da classe
a força da classe,
a glória da classe,
isso é o Partido!
O Partido e Lenin
qual deles é mais querido?
Quando dizemos: Lenin,
é como se disséssemos:
o Partido.
Quando dizemos:
o Partido,
é como se Lenin,
houvéssemos dito.