Não
Eu não abandono minha classe
E nela estou eternamente
Enquanto durar
Minha vida
E dela não abrirei mão
Por um punhado
De honrarias ilusórias
sejam quais forem
Meu sangue é minha classe
Meu sonho é minha classe
A ela entrego meu existir
Sem pestanejar assim hei de honrá-la
Pelos tantos que foram e que virão
Pois somente ela é eterna
O passado: ensinamentos
A história: processos
O presente: Guerrear
Minha classe: educadora
O horizonte: Progresso!
O futuro a todos os meus irmãos
é o fim dos nossos corpos
Mas a matéria social
A conjuntura relativa
Os desejos e aspirações
Sempre estarão em movimento!
E neste movimentar
Mesmo que eu não esteja mais aqui
É o que me faz perseverar
No desejo de destruir
tudo que há
aqui e agora
pra já!
É preciso compreender:
Nenhum sofrimento é perpétuo
Nenhuma dor é eterna
Podem ter certeza, companheiros
Nossa classe triunfará!
As Greves de Junho de 1936 (1936), pintura de Boris Taslitzky. Foto: Banco de Dados AND