As Polícias Civil e Militar, durante uma operação que matou quatro pessoas no complexo de Manguinhos, invadiram o campus da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), zona norte do Rio, nesta quarta-feira (8/1). A invasão provocou um tiroteio no interior da instituição, alvejou a janela da fábrica de vacinas Bio-Manguinhos e feriu uma funcionária do campus.
Segundo nota emitida pela Fiocruz nas redes sociais, “quatro agentes da Polícia Civil entraram descaracterizados e sem autorização no campus da Fiocruz (campus Manguinhos-Maré), no Rio de Janeiro, para o que seria uma incursão na comunidade de Varginha”.
Um vigilante que trabalhava na Fiocruz foi preso e levado algemado enquanto auxiliava alunos, pacientes, funcionários e crianças a se proteger do tiroteio. O trabalhador preso foi acusado pela polícia de estar auxiliando criminosos a fazer a fuga. Segundo a fundação, a prisão foi feita de “forma arbitrária”.
A trabalhadora que ficou ferida pelos estilhaços da janela alvejada da fábrica de vacinas Bio-Manguinhos foi prontamente atendida pela equipe de saúde do trabalhador da Fiocruz. O laboratório foi um dos responsáveis pela elaboração de vacinas contra a covid-19 durante a pandemia.
Após a operação que totalizou um saldo de quatro mortos, uma funcionária e ao menos um morador da favela do Mandela feridos, os moradores de Manguinhos realizaram uma manifestação rechaçando a incursão policial na comunidade. Os moradores ergueram barricadas em chamas, fechando a Avenida Leopoldo Bulhões, cercaram um blindado do BOPE (popularmente conhecido como Caveirão) e organizaram uma motociata.
A operação faz parte de um conjunto de incursões às favelas cariocas que costumam ser feitas durante o verão, época em que muitas crianças e adolescentes se encontram em férias escolares.