Polícia Militar espanca trabalhadores e moradores de rua em uma semana em São Paulo

Em várias regiões, PMs pisotearam cabeça de motorista de aplicativo, espancaram uma idosa e enforcaram um morador de rua.

Polícia Militar espanca trabalhadores e moradores de rua em uma semana em São Paulo

Em várias regiões, PMs pisotearam cabeça de motorista de aplicativo, espancaram uma idosa e enforcaram um morador de rua.

Na noite do último domingo (8/12) um vídeo gravado por moradores do bairro Campo Grande, Zona Sul de São Paulo, registrou um motorista de aplicativo ter a cabeça pisoteada e em seguida ser asfixiado por um policial militar. Este fato ocorreu durante mais uma abordagem em meio a uma semana de escalada da violência policial no estado de São Paulo.  

Na gravação é registrado que o motorista, ao ser imobilizado por um dos policiais na abordagem, tem também a sua cabeça pisoteada por outro PM. A violação foi testemunhada por moradores que gritavam em socorro da vítima. A próprioa esposa do motorista presenciou a cena. “Para, por favor, é meu marido”, gritou ela, em meio ao horror. O policial apontou a arma para a mulher e respondeu em tom de ameaça. “Afasta, eu não vou falar de novo”.

A cena atraiu a revolta de várias pessoas no local. Algumas delas chegaram a dizer que o homem morava na região e denunciaram o crime como “abuso de autoridade”.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, chefiada pelo ex-comandante da Rota Guilherme Derrite, buscou justificar a covardia em nota, dizendo que o homem resistiu à abordagem: “os policiais faziam patrulhamento na zona sul, quando um veículo teria avançado o sinal vermelho e desobedecido a ordem de parada”.

Semana de terror policial em São Paulo

Na mesma semana, mais casos de violência e violações cometidas por policiais foram registrados em São Paulo. No dia último sábado, dia 7/12, durante uma ação de atendimento a moradores de rua feita pela Prefeitura no centro, um grupo de PMs agrediu uma das pessoas que estavam sendo atendidas na ação.

O vídeo foi gravado por uma mulher que estava trabalhando pela Prefeitura no atendimento e nele registrou o momento das agressões. Dois policiais ao tentar imobilizar um homem começam em seguida a chutá-lo e aplicar o “mata-leão” com a vítima ao chão. A funcionária da prefeitura grita em desespero por socorro ao homem: “Olha isso. O homem não está fazendo nada. Ele não estava fazendo nada. A gente acabou de atender ele. Meu, a polícia está demais, olha lá, está enforcando ele. Olha lá. Não gente, isso não pode acontecer”

De acordo com as testemunhas, o morador de rua foi agredido por questionar a conduta dos policiais que momentos antes haviam deixado uma mulher grávida desacordada no chão da praça que ocorria a ação da prefeitura. 

Apenas 3 dias antes, na quarta-feira dia 4, uma idosa de 63 anos foi agredida com socos e chutes por policiais militares na garagem de sua casa, no município de Barueri no estado de São Paulo. Mais de uma dezena de policiais militares invadiram a casa da mulher, sem autorização da justiça, após o filho e o neto terem entrado para dentro da garagem com uma moto com documentação atrasada. 

Os vídeos gravados por familiares e vizinhos que testemunharam a violência mostram a senhora com o rosto ensanguentado. A mesma é empurrada e chutada por um PM enquanto outro aplica um “mata-leão” em seu filho. Por fim, a idosa é algemada pelos policiais e levada para dentro do camburão.

Em mais uma ocorrência que segue os mesmos procedimentos de violência policial, mostra em vídeo uma mulher sendo espancada por PMs na segunda-feira , dia 2, no bairro Parque Santo Antônio, na Zona Sul de São Paulo.

No vídeo, a mulher ao chão é atingida por chutes e socos dos policiais. Em seguida a vítima tenta resistir e atinge um tapa no capacete do PM. Enquanto familiares tentam socorrer a mulher, um policial utiliza de um “mata-leão” para sufocá-la.

Todos os casos de violência registrados na última semana se somam ao contexto de procedimentos ilegais realizados em abordagens policiais. Golpes como o “mata-leão” são proibidos pela própria Polícia Militar desde 2020. A Secretaria de Segurança Pública afirmou em todos os acontecimentos que “as imagens serão apuradas e em caso de excessos e desvios de conduta, os responsáveis serão afastados”. Ao todo no último mês 45 policiais militares foram afastados e 2 foram presos.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
Agora, mais do que nunca, AND precisa do seu apoio. Assine o nosso Catarse, de acordo com sua possibilidade, e receba em troca recompensas e vantagens exclusivas.

Quero apoiar mensalmente!

Temas relacionados:

Matérias recentes: