Polícia prende arbitrariamente 8 camponeses do MST em Petrolina, no PE

A prisão ocorreu sem haver nenhum mandado judicial contra os camponeses.

Polícia prende arbitrariamente 8 camponeses do MST em Petrolina, no PE

A prisão ocorreu sem haver nenhum mandado judicial contra os camponeses.

Na manhã de terça-feira (29/04), a Polícia Militar (PM) de Pernambuco, prendeu 8 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no latifúndio da fazenda Copafruit, em Petrolina, como mais uma tentativa de criminalizar a luta pela terra, que tanto tem amedrontado os criminosos latifundiários do Estado.

A prisão ocorreu sem haver nenhum mandado judicial contra os camponeses. A PM vem tentando intimidar os trabalhadores que lutam pela distribuição das terras do latifúndio Copafruit, que há mais de 20 anos não recebe abastecimento de água ou luz e não realiza atividades produtivas.

Mais de mil famílias haviam ocupado as terras do latifúndio no dia (06/04), tomando parte das jornadas do MST pelo “Abril Vermelho”. Quatro dias depois da ocupação, o Judiciário, que é rápido para atender os ricos, expediu uma liminar de reintegração de posse. Nele, a empresa buscou criminalizar os camponeses por sua autodefesa contra os pistoleiros do latifúndio e o suposto porte de armas brancas. O Judiciário, por sua vez, não comentou nada sobre os crimes e arbitrariedades cometidas contra os camponeses.

A defesa dos latifundiários mobilizou todo o tipo de reacionários: o vereador bolsonarista de Petrolina, Dhiego Serra (PL), se agitou com a mobilização camponesa e disse, em entrevista no dia 08/04, que a polícia deveria retirar os camponeses “na bala”. Dois dias antes, o vereador esteve no latifúndio para ameaçar os camponeses. Nem a polícia, nem o Judiciário, investigaram as ameaças.

O MST acionou o Ministério Público, o Conselho Nacional de Direitos Humanos e a Secretaria dos Direitos Humanos. Apesar disso, a principal esperança da liberdade dos camponeses reside na mobilização popular.

Ao rigor do silêncio das instituições do velho estado, a ação da polícia também não é um caso isolado. Como vem sendo relatado por AND, os crescentes ataques contra camponeses pobres, indígenas e quilombolas que lutam pela terra, vem ocorrendo de maneira coordenada em diversas regiões do país, organizado por grupos paramilitares de extrema direita como o “Invasão Zero”, que sofreu sua primeira derrota acachapante em Pernambuco, quando tentou invadir as terras do Engenho Barro Branco, em Jaqueira, e foram repelidos pela autodefesa dos camponeses na Feroz Batalha de Barro Branco.

Em Rondônia (11/04), forças policiais comandadas pelo latifúndio prenderam arbitrariamente 26 camponeses no acampamento São Francisco, em Nova Mutum, Porto Velho (RO). Dentre as diversas arbitrariedades contra os camponeses, os PMs fizeram as mulheres de escravas, forçando-as a cozinhar para os militares. Enquanto isso, o chefe da pistolagem em RO, Gesulino Cesar Travagine Castro atua livremente, após ter sido posto em liberdade provisória pela Justiça de RO, mesmo sendo sentenciado a 35 anos de prisão pela “Chacina de Buritis”. O criminoso cumpriu apenas 4 anos da pena e logo retornou a chefia dos grupos de extermínio da região.

No dia (27/04), viaturas da Polícia Militar do Estado de Rondônia, do Patrulhamento Tático Motorizado (Patamo) e caminhonetes descaracterizadas realizaram incursões em volta das Áreas Revolucionárias Gedeon Duque, Valdiro Chagas e Gonzalo 1 e 2. A presença da PM na região ocorreu um dia depois de os camponeses dirigidos pela Liga dos Camponeses Pobres (LCP) repeliram um ataque de pistoleiros do grupo “Invasão Zero” na área Gedeon Duque.

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