Manifestantes exigem punição para os policiais que assassinaram os indígenas bolivianos. Foto: Reprodução
No dia 11 de agosto, quatro jovens indígenas do povo Chiquitano foram covardemente assassinados enquanto caçavam na fronteira do estado do Mato Grosso com a Bolívia. Os indígenas foram mortos a tiros por policiais do Grupo Especial de Fronteira (Gefron).
Os indígenas Arcindo Sumbre García, Paulo Pedraza Chore, Yonas Pedraza Tosube e Ezequiel Pedraza Tosube Lopez estavam retornando de uma caçada, carregando as carnes já secas de porcos do mato nas mochilas, quando foram cercados por policiais e se assustaram. Os indígenas foram levados ainda vivos para um hospital em Cáceres, no Mato Grosso, mas não resistiram aos ferimentos.
Os policiais alegaram que o grupo estava armado e atirou contra os agentes, porém, durante a suposta troca de tiros, nenhum policial foi atingido e nenhuma droga foi apreendida, pondo em xeque a versão policial. As famílias denunciaram que os corpos das vítimas tinham sinais de tortura. A comunidade Chiquitano afirma que os homens estavam caçando para levar alimento para as suas famílias.
Uma comitiva saiu de Mato Grosso e foi até San Matias, no dia 2 de setembro, onde conversou com as autoridades do país vizinho, assim como ouviu as famílias. A comitiva contou com representantes ligados aos direitos humanos e Federação dos Povos e Organizações Indígenas de Mato Grosso (FEPOIMT).
Os indígenas da etnia Chiquitano ocupam um território que se distribui nos dois países, nos municípios de Cáceres, em Mato Grosso, e San Matías, do lado boliviano. Três dias após as mortes, parentes protestaram em San Matías. Eles tinham cartazes pedindo justiça e carregavam bandeiras da Bolívia.