Durante toda a segunda semana do mês de novembro milhares de migrantes se rebelaram em resposta à brutal repressão das forças de repressão na fronteira entre a Polônia e a Bielorrússia. Entre crianças, idosos, mulheres e homens que integravam o protesto, muitos lograram romper por alguns momentos, as cercas da fronteira. Os migrantes foram atacados pelas forças polonesas com gás lacrimogêneo e jatos d’água em meio ao inverno que apresenta temperaturas baixíssimas.
Esses milhares de migrantes rumam à Polônia na tentativa de chegar à União Europeia. Muitos vêm de países devastados por guerras de rapina promovido pelos países imperialistas europeus. Eles se encontravam acampados na fronteira sem qualquer estrutura senão barracas próprias. As temperaturas gélidas que atingem agora o hemisfério norte marcavam, durante o dia, uma média de 1°C, e durante a noite, temperaturas negativas.
Vivendo em condições atrozes, os migrantes se esquentavam e cozinhavam através de fogueiras improvisadas e mesmo as “Organizações Não Governamentais” (ONGs) estavam proibidas de irem até os imigrantes com comida e outros mantimentos. No meio da floresta, seus celulares foram confiscados pelos agentes da Bielorrússia e eles foram deixados lá sem saber como voltar para suas cidades.
Diante da repressão das forças do velho Estado polonês para os repelir do local, os agentes foram confrontados com lançamento de pedras pelos migrantes, com um policial ficando gravemente ferido. Cerca de 50 migrantes conseguiram alcançar o outro lado da fronteira, o território polonês, mas depois foram retirados.
Pelo menos 11 pessoas morreram na fronteira, tentando atravessá-la, nas últimas semanas.
Migrantes marcham em direção à fronteira. Foto: Oksana Manchuk
Migrantes se rebelam contra condições atrozes em acampamento na fronteira. Foto: Oksana Manchuk