Imagens disponibilizadas recentemente revelaram que as grandes empresas da construção civil e indústria pesada do Maranhão têm poluído e contaminado os manguezais de São Francisco e imediações de Jacarati, bairros da cidade de São Luís (MA). Os registros foram disponibilizados no dia 19 de abril pelo portal independente Agência Tambor.
Em entrevista ao portal, o advogado e ambientalista Guilherme Zagallo afirma que as áreas de manguezais estão sofrendo um grave processo de contaminação das águas devido à poluição industrial das grandes empresas de construção civil e demais empreiteiras de indústria pesada. Esse processo é ainda mais intensa na zona rural de São Luís, que conta com uma extensa paisagem de rios, manguezais e igarapés onde vivem diversas comunidades tradicionais de pescadores, camponeses e extrativistas
A presidente da União de Moradores do Residencial Amendoeiras, Rosy Ferreira, relatou em entrevista recente que a associação já recorreu ao governo, mas não foi atendida. Rosy afirma ainda que, na época das eleições para a prefeitura, o residencial Amendoeiras foi bastante procurado por fins eleitoreiros, mas agora estão esquecidos. O Residencial Amendoeiras sofre com os lixões a céu aberto desde o início de 2023 e é apenas uma das várias áreas populares afetadas pela poluição das grandes empresas na zona rural de São Luís.
Tudo para as grandes empresas
O ambientalista Guilherme Zagallo denuncia ainda que o novo Plano Diretor de São Luís, aprovado nos primeiros meses deste ano, atinge diretamente o campo maranhense, que há anos vem sendo entregue aos interesses das referidas empresas imperialistas.
Leia também: MA: Camponeses de São Luís não aceitam novo plano diretor da prefeitura
Em agosto de 2019, a comunidade camponesa Cajueiro, da zona rural de São Luís, sofreu um violento despejo para dar lugar à construção de um porto de propriedade da empresa estatal chinesa China Communications Construction Company (CCC). O despejo foi ordenado pelo então governador Flávio Dino (atual ministro da Justiça do governo Luiz Inácio) e foi responsável pela destruição de 22 casas, além dos casos de agressão por parte de policiais militares contra as famílias camponesas.
