Segundo dados disponibilizados pelo monopólio de imprensa Folha de São Paulo, cada militar aposentado custa, por mês, R$ 9,6 mil dos trabalhadores brasileiros. O levantamento coletou diversos dados, dentre eles do Tesouro Nacional e do Ministério do Planejamento.
A pesquisa mostrou que o número de militares e pensionistas somados em todo o Brasil equivalem a metade do número de servidores civis, mas custam o dobro. Somado a isso, os servidores civis cobrem 48% dos gastos previdenciários através de sua contribuição, enquanto os militares, apenas 20%.
Nos estados, a regra também se mantém. Mensalmente, os gastos correspondem à média de R$ 3 mil para cobrir aposentadorias e pensões de 2 milhões de servidores dos estados. Já a Polícia Militar paga mensalmente R$ 6,7 mil para cada PM na reserva ou pensionista, que somam 472 mil.
Os gordos salários e aposentadorias foram mantidos mesmo após a reforma da previdência, medida draconiana que afetou severamente a vida de milhões de trabalhadores brasileiros, e que contou com acompanhamento de perto por parte dos generais para garantir a manutenção das regalias aos militares de alta patente. Na época, os altos mandos chegaram a montar uma rede de espionagem para garantir seus interesses na reforma. O valor é desproporcional inclusive se comparado com os salários da baixa oficialidade das Forças Armadas reacionárias, que também foi relativamente crítica à reforma.
Os dados expostos se somam à longa lista das mordomias com as quais contam os militares, sobretudo os generais do Alto Comando das Forças Armadas.