Imagens: Cartazes da Frente de Defesa das Lutas do Povo – Equador
Várias ações de sabotagem e o alto índice de boicote das massas marcaram um retumbante rechaço à farsa eleitoral realizada no Equador, no último dia 25 de março de 2019. Em pelo menos três locais do país os colégios eleitorais foram invadidos por muitos trabalhadores, que incendiaram urnas. Além disso, pelo menos 36% das pessoas aptas a votar boicotaram o processo eleitoral por meio do não comparecimento (17%), votando nulo (11%) ou em branco (8%).
Na província de El Oro, no cantão Las Lajas, trabalhadores romperam o cerco militar e tomaram o colégio eleitoral Ciudad de Loja, no setor La Victoria, incendiando e destruindo as urnas que seriam utilizadas no pleito. Já em Porto Cayo, Manabí, as massas fizeram uma ação semelhante, provocando a suspensão das eleições na região.
O primeiro caso de invasão e incêndio do material eleitoral ocorreu em Tululbí, cantão de San Lorenzo (Esmeraldas). Ali, em pelo menos cinco juntas eleitorais, os trabalhadores invadiram as salas e incendiaram as urnas, apesar da presença das Forças Armadas reacionárias, da Polícia Nacional e da Junta Eleitoral, que nada puderam fazer. A realização do pleito foi suspensa na região.
Outro caso ocorreu em Porto Cayo, Manabí, trabalhadores invadiram pelo menos três juntas eleitorais e incendiando também as urnas. O pleito foi suspenso.
A presidenta da Junta Eleitoral de El Oro disse que a Polícia Nacional e o Exército intervieram, mas não capturaram ninguém, tampouco evitaram a ação.
A campanha de boicote às eleições, aderida espontaneamente por um grande contingente de trabalhadores no campo e na cidade, foi impulsionada por diversos movimentos democráticos e revolucionários, em especial a Frente de Defesa das Lutas do Povo (FDLP).
A eleição tinha por objetivo eleger 23 prefeitos e vice-prefeitos, 221 alcaldes (autoridades municipais), 867 conselheiros urbanos e outros milhares de cargos semelhantes ao legislativo.