Reproduzimos uma matéria do portal Servir al Pueblo
O rei Felipe VI, o presidente do Governo Pedro Sánchez e o presidente da Generalitat Valenciana, Carlos Mazón, tinham uma visita oficial agendada para o dia 3 de novembro nas Paiporta e depois a Chiva, duas cidades gravemente afetadas pela desastrosa gestão estatal da DANA (Depressão Isolada em Níveis Altos).
A comitiva oficial foi recebida com vaias e insultos que expressavam o profundo ódio de classe das massas. Com gritos de “assassino”, “demissão” e “filhos da puta”, as massas expulsaram as autoridades do governo, que nem sequer puderam entrar em Paiporta. Assim que entraram na primeira rotatória da cidade, foram recebidos por massas de pessoas armadas com nada além de paus, pedras e lama.
Pedro Sánchez foi atacado com um pedaço de pau nas costas, e sua equipe de segurança teve de evacuá-lo rapidamente. Seu carro ficou tão danificado que a equipe de segurança teve de vedar o vidro traseiro com fita adesiva. Vários objetos foram atirados contra o Rei. Ele ficou mais um pouco, mas finalmente teve que voltar para o carro depois de meia hora de insultos e uma enxurrada constante de objetos atirados contra ele. Apesar dos guarda-chuvas e mochilas para protegê-lo, a lama jogada pela multidão atingiu seu rosto. A rainha e Carlos Mazón também foram atacados. Pouco tempo depois, a Casa Real anunciou que estava cancelando sua visita a Paiporta e Chiva.
As massas expulsaram o governo e o rei. A imprensa burguesa – especialmente a televisão – tentou maquiar os fatos, dizendo que se tratava de um pequeno número de radicais ou “marginais” (como disse Pedro Sánchez), mas os habitantes locais lutaram tanto que qualquer pessoa que tenha visto as imagens ao vivo identifica a manipulação grosseira da imprensa burguesa. A Casa Real e a imprensa burguesa tentaram vender uma foto e uma história que não correspondem de forma alguma à realidade vivida pelas massas afetadas, tanto hoje quanto nos dias anteriores.
Essa é mais uma prova de como as massas podem derrubar as mais altas autoridades da democracia burguesa apenas com a força da organização e de suas próprias mãos. As massas não estão preparadas para permitir que a humilhação dos gerentes do Estado burguês, que as abandonaram à própria sorte, lucre com a tragédia enquanto elas lutam por suas vidas e enterram seus mortos. Elas não podem silenciar a verdade e a voz de todo um povo, que por décadas ecoará na memória das gerações que demonstraram solidariedade e dignidade diante da barbárie e da ignomínia do Estado burguês.