1° de maio é comemorado em Austin, Texas. Foto: Tribune of the People
Em diferentes partes do mundo, trabalhadores e organizações revolucionárias foram às ruas no 1° de Maio protestar contra a crise, o descaso com a saúde durante a pandemia da Covid-19, e reivindicando seus direitos mais elementares.
Na Colômbia, país em que irromperam poderosas manifestações na semana da data memorável, milhares foram às ruas no primeiro de maio para lutar contra uma reforma tributária antipovo. E, pelo segundo ano consecutivo, manifestantes e sindicatos celebraram o 1º de maio enfrentando o imobilismo durante a pandemia da Covid-19. Embora, levantando como tema principalmente o agravamento do desemprego, as marchas não só exigiram melhores condições de emprego, mas também rechaçaram o desmonte de muitos sindicatos.
Em Medellín, revolucionários queimaram cartazes com os rostos de políticos do velho Estado. Após, foi realizada uma marcha que desembocou no Centro Sede da Prefeitura e do Governo. Vans e camionetas foram incendiadas enquanto os manifestantes entoavam “A Internacional”. A polícia respondeu com balas de borracha e outras munições de dispersão.
Em Cali, houveram denúncias de abusos policiais, e grupos de direitos humanos locais afirmaram que foram assassinadas 14 pessoas pelas forças de repressão. Manifestantes denunciaram também que diversas pessoas se encontram desaparecidas, e que, entre os feridos, há três pessoas com perda de visão e um caso de abuso sexual por parte de policiais.
No México, de acordo com o movimento popular Corrente do Povo-Sol Vemelho (CP-SV), nesse 1° de maio os sindicatos democráticos quebraram o auto-isolamento que o reformismo e o oportunismo haviam assumido com o início da pandemia, e vários trabalhadores organizados marcharam unidos na Cidade do México. Sindicatos aderiram à Nova Central de Trabalhadores encabeçada pelo Sindicato Mexicano dos Trabalhadores Elétricos, o Sindicato dos Trabalhadores Telefônicos da República Mexicana e várias seções pertencentes ao Comitê Coordenador Nacional de Trabalhadores da Educação, além dos trabalhadores da saúde de vários contingentes, sindicatos e coletivos reivindicaram o Dia de Maio nas ruas. “Isto é totalmente importante e marca a tendência da classe no México de retomar à luta de rua”, pontua o CP-SV.
Durante os protestos, o Centro Cultural e de Estudos da Ciência para a Revolução Proletária distribuiu cópias de um Manifesto no qual reivindica a necessidade de reorganizar o movimento operário: “Em meio à dispersão e atomização do movimento sindical, a classe proletária e os trabalhadores devem lutar pela reorganização de nossas forças a partir de uma linha de classe dentro do movimento sindical. No nível estratégico continua sendo crucial trabalhar pela reconstituição do Partido Comunista do México como o instrumento político da classe proletária, um partido de um novo tipo, de vanguarda, de estado maior e partido comunista militarizado que na construção concêntrica desenvolve os três instrumentos fundamentais para o início, desenvolvimento e triunfo da revolução proletária”.
No Equador, camponeses e operários trouxeram como exigências nas manifestações do dia 1° de maio um aumento salarial; a revogação do aumento do combustível e das tarifas; o fim da militarização e da repressão na província de Buenos Aires; processo de vacinação em massa para pôr fim à pandemia e a revogação do estado de emergência e o toque de recolher. Eles também se solidarizaram com os camponeses em luta contra a mineração imperialista.
Foto: FDLP-EC
No Estados Unidos (USA), revolucionários e membros da comunidade marcharam pelas ruas do centro de Austin em comemoração ao Dia Internacional dos Trabalhadores no 1º de maio, homenageando a luta do proletariado internacional. O Departamento de Polícia de Austin tentou em vão impedir a marcha de continuar, prendendo nove manifestantes e realizando provocações indiscriminadamente. Essa ação chula das forças de repressão ianques fracassaram frente ao altivo espírito revolucionário dos manifestantes que seguiram em frente em sua marcha.
1° de maio é comemorado em Austin, Texas. Foto: Tribune of the People
Uma faixa com os dizeres Proletários de todos os países, uni-vos! Dia Internacional dos Trabalhadores, 1º de maio! abriu a marcha. Logo atrás estavam estampados retratos de Karl Marx, Friedrich Engels, Vladimir Ilitch Lenin, Josef Stalin, Presidente Mao Tsetung e Presidente Gonzalo, enquanto os manifestantes carregavam dezenas de bandeiras vermelhas.
1° de maio é comemorado em Austin, Texas. Foto: Tribune of the People
Em Portland, Oregon – cidade em que ocorreram protestos por mais de 100 dias consecutivos nas jornadas de 2020 –, manifestantes que comemoravam o 1° de maio foram reprimidos pela polícia, que usou spray de pimenta e gás lacrimogêneo. Pelo menos cinco foram presos durante as manifestações na cidade.
1° de maio é comemorado em Austin, Texas. Foto: Tribune of the People
Também foi comemorada a data nas cidades de Pittsburgh, Orlando, Oxnard e Santa Paula.
No continente Europeu, Alemanha, cerca de 20 mil pessoas compareceram à manifestação do 1° de maio em Berlim. A polícia tentou impedir a marcha, utilizando-se de prisões arbitrárias. As massas se utilizaram de garrafas, fogos de artifício e pedras para sua autodefesa contra a repressão policial durante as marchas na capital alemã.
Manifestação do 1° de maio em Freiburg. Foto: Dem Volke Dienen
Em Freiburg várias organizações revolucionárias e progressistas realizaram uma manifestação no distrito operário de Weingarten na véspera do primeiro de maio. Sob a palavra de ordem Contra o estado de emergência e a crise! cerca de 50 pessoas se reuniram no pátio do centro comercial local, entre elas um contingente de revolucionários proletários.
Os manifestantes denunciaram as medidas reacionárias que estão sendo aplicadas com o estado de emergência imposto. Desmascararam as políticas hipócritas da classe dominante, que não visam a saúde do povo, mas o seu lucro, e apelaram a uma luta ainda mais determinada pelas reivindicações da classe, especialmente em face à crise. Além disso, um discurso sobre a situação atual e a opressão do povo na Palestina e uma declaração de solidariedade à Liga dos Camponeses Pobres do Brasil também foram lidos, dando ao comício uma forte expressão internacionalista.
Em Bremerhaven também houveram protestos em função da intenção de massacre dos camponeses pobres em Rondônia. Em um discurso foi descrita a situação dos camponeses. As bandeiras da organização camponesa revolucionária LCP e do Movimento Feminino Popular (MFP) foram carregadas lado a lado na manifestação. Uma faixa condenava a criminalização da luta pela terra em alemão e português. Após o comício, realizou-se outra curta manifestaçãopelo bairro, esta última percorreu as ruas com uma expressão combativa, gritando repetidamente dizeres poderosos, alguns em português, para expressar apoio às lutas no Brasil.
Na região de Ruhr, uma manifestação foi realizada na véspera do 1° de maio, onde revolucionários turcos e alemães marcharam e discursos foram proferidos em solidariedade com a LCP.
Na Áustria, massas e movimentos revolucionários como o movimento internacionalista turco, o Partizan, realizaram manifestações pelo centro de Viena juntamente ao Sindicato dos Trabalhadores Migrantes na Europa (AGEB, na sigla original). Também foram realizadas manifestações nas cidades de Linz e Innsbruck, todas promovendo o internacionalismo proletário e o apoio à Liga dos Camponeses Pobres do Brasil (LCP).
Foram levantadas, também, consignas relacionadas aos 100 anos do Partido Comunista da China e 150 anos da Comuna de Paris.
Foto: afainfoblatt
Na Dinamarca, realizou-se uma manifestação repleta de faixas com dizeres antiimperialistas como Proletários de todos os países e povos oprimidos do mundo, uni-vos! Na manifestação, os trabalhadores entoaram frases como: “Social-democracia, traição de classe!”. Nos arredores de Copenhague, também foram distribuídos panfletos de apoio à luta dos camponeses pobres no Brasil.
Foto: Socialistisk Revolution
Na Noruega, em Kristiansand, a manifestação de 1º de maio apoiou os camponeses pobres revolucionários do Brasil. A manifestação contou com a presença da Juventude Socialista, Juventude Vermelha, Revolução Socialista – IMT, grupos latino-americanos em Kristiansand e o Comitê de Luta
Para mostrar solidariedade ao movimento camponês em luta no Brasil, bem como para destacar a repressão que eles enfrentam, Apoiar a luta dos camponeses pobres no Brasil! foi escolhido como palavra de ordem principal. Atrás, seguia uma faixa exclamando 1° Maio contra o imperialismo, crise e repressão!.
Em Trondheim e Oslo, as manifestações também foram voltadas contra o imperialismo ianque e em defesa da Liga dos Camponeses Pobres
Manifestação em Kristiansand. Foto: Tjen Folket
Em Lyon, França, ocorreu uma manifestação combativa. Presentes à frente da marcha, os revolucionários enfrentaram as forças de repressão e resistiram a várias tentativas de dispersar o protesto. Foram entoadas frases em apoio à luta dos camponeses pobres do Brasil como Viva a LCP!. Os manifestantes cantaram “A Internacional” enquanto marchavam com faixas demonstrando apoio à luta do proletariado internacional.
Manifestantes em Lyon. Foto: La Cause du Peuple
Em Paris a polícia de choque reprimiu fortemente os manifestantes que tomaram as ruas exigindo melhores condições de trabalho e contra os ataques sem precedentes do governo de turno Macron aos trabalhadores.
Também foram realizadas manifestações junto da Juventude Revolucionária em diversas cidades como Rennes, Aubervilliers, Caen e Bordeaux.
Na Inglaterra, o dia da luta das classes trabalhadoras foi celebrado em Londres no 1º de maio. Um evento foi realizado no dia 13h, com a convocação da União das Forças Democráticas Britânicas. Nos discursos proferidos na área do encontro, foi destacada a importância da celebração do 1º de maio.
O evento, com a participação de imigrantes da Turquia e do Curdistão, começou na estação Turnpıke Lane, com o movimento Partizan. Posteriormente, foi realizada uma caminhada até a área Wood Green. Os manifestantes carregavam uma faixa em inglês com os dizeres Viva o Proletariado Internacional! e Viva o primeiro de maio!.
Movimento Partizan na Inglaterra. Foto: AGEB
Em Istambul, na Turquia, a tropa de choque reprimiu e prendeu centenas de pessoas que realizavam uma manifestação no primeiro de maio e protestavam em rechaço ao fascista Erdogan.
A polícia turca prendeu cerca de 212 manifestantes, em meio a um toque de recolher imposto para reprimir as massas. Os manifestantes foram presos enquanto marchavam até a Praça Taksim, uma área de peso histórico, onde em 1977 mais de 30 manifestantes foram mortos no primeiro de maio por grupelhos de extrema-direita.
Em Dublin, Irlanda, para marcar o 1º de maio, membros da Ação Anti-Imperialista Irlanda (AAII) se juntaram aos membros do Movimento Juvenil Connolly em um protesto combativo no centro de Dublin. O AAII descreve que bandeiras nacionais irlandesas foram carregadas junto com a bandeira do Partido Comunista do Peru.
A manifestação foi reprimida pela polícia e 3 participantes foram presos sob falsas acusações, mas já foram libertados.
Foto: Anti Imperialist Action Ireland
Na Finlândia, em Tampere, revolucionários organizaram um comício, reunindo a atenção e o apoio do público, demarcando a falsa “esquerda” do governo finlandês. Um revolucionário explicou o papel da Finlândia no mundo como um país imperialista. Os cartazes do 1° Maio também foram documentados e descreviam: Por trabalho e salário, revolução!
Na Grécia, milhares de trabalhadores grevistas e outros manifestantes bloquearam o tráfego em Atenas e cidades por toda a Grécia para marcar as celebrações do dia de Maio contra as reformas trabalhistas planejadas e aceleradas pela pandemia.
As greves e protestos também interromperam voos e o transportes públicos, e interromperam muitos serviços de barca para as ilhas.
Em Turim, Itália, trabalhadores, movimentos sociais e sindicalistas que manifestaram no primeiro de maio foram reprimidos pela tropa de choque do velho Estado. As massas denunciaram o primeiro-ministro Mario Draghi e suas políticas reacionárias
Na Espanha, centenas de trabalhadores e estudantes saíram às ruas de Barcelona,para marcar a data.
Na Indonésia, em Jacarta, vários meios de comunicação relataram dezenas de milhares de trabalhadores protestando nas ruas. Entre outras coisas, os protestos são dirigidos a grandes empresas como a Nike e seus ataques aos sindicatos e às condições de trabalho. As massas também se manifestaram contra o imperialismo ianque.