Foto: MST
No raiar do dia 19 de setembro, o acampamento José Rodrigues, em Laranjal (Paraná) se defrontou com a chegada de 50 viaturas da Polícia Militar (PM) do estado, sob mandos do governador Ratinho Júnior (PSD), para despejar as 54 famílias que lá vivem e trabalham. A PM ameaça fazer o despejo ainda essa semana.
A comunidade existe há três anos, quando, em 2016, os mais de 850 hectares da antiga fazenda Prudentina, onde está hoje o acampamento, foram destinados para fins de “reforma agrária” por ser improdutiva. Hoje, os camponeses plantam milho, mandioca, hortaliças e possuem cerca de 65 cabeças de gado para corte e produção de leite, bem como 120 suínos e 650 aves.
Graças ao pouco de terra que hoje possuem, os camponeses afirmam que cada família consegue garantir uma renda mensal de cerca de R$1.300, e as mais de 51 crianças e adolescentes que vivem no acampamento estão matriculadas em uma escola próxima e asseguram seus estudos, o que pode vir a baixo com o despejo.
No entanto, o assentamento das famílias nunca chegou a ser realizado pelos governos de turno. Situação que se agrava ainda mais com a suspensão por tempo indefinido da entrega de terras aos camponeses promovida pelo governo reacionário de Bolsonaro e seus generais, que travou todos os processos de desapropriação e demarcação de terras quilombolas.
Desde o início do gerenciamento Ratinho Júnior/PSD, já ocorreram seis despejos de famílias sem-terra acampadas ou assentadas, entre outras diversas comunidades que sofrem ameaças de expulsão.
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