Os dados do Censo 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), escancaram a triste realidade da educação no Brasil, especialmente da população pobre e periférica, na qual massas de jovens, filhos e filhas de nosso povo, têm seu direito democrático de acesso a uma educação científica, gratuita e de qualidade, negado e pisoteado dia após dia, ano após ano.
Segundo a pesquisa, em cinquenta cidades do estado do Paraná – estado que figurou no topo da lista na avaliação do Ideb de 2023, com uma das maiores pontuações –, mais da metade da população maior de 18 anos possui baixa ou nenhuma escolaridade.
O quadro torna-se ainda mais grave quando consideramos que este número, que representa 12,5% dos 399 municípios do estado, se refere apenas às pessoas que responderam não possuir nenhum nível de instrução ou que afirmaram não ter concluído sequer o ensino fundamental.
O fato de que a educação no Brasil, especialmente a educação pública, possui sérios problemas de qualidade, acesso e estrutura, é realmente notório e geral. Entretanto, é importante salientar que estes problemas se tornam tão mais graves e flagrantes quanto mais deslocamos o enfoque do meio urbano para o rural, e das grandes metrópoles e centros urbanos, para as cidades de interior e periferias.
Tanto isto é verdade que, segundo os dados deste mesmo Censo, o município de Curitiba – capital do estado –, figura entre um dos que possuem a menor porcentagem de população com baixa ou nenhuma escolaridade, enquanto Doutor Ulysses, cidade satélite que se localiza a pouco mais de 130 km da capital, e que, inclusive, compõe a própria Região Metropolitana de Curitiba, é a cidade que lidera o ranking com a escolaridade mais baixa de todo o estado do Paraná.
Estes dados apenas reafirmam a realidade alarmante da educação brasileira, especialmente do estado do Paraná, que tem tido sua educação pública atacada pelo atual governador Ratinho Jr., que desde o ano passado, vêm tentando privatizar centenas de colégios do estado de forma completamente antidemocrática, utilizando-se de prisões e todo o tipo de mentiras e chantagem, além de tentar atropelar o próprio poder de decisão das comunidades locais dos colégios estaduais, conforme amplamente noticiado pelo AND. Em resposta, os estudantes paranaenses, assim como professores e funcionários da rede pública, e democratas em geral de todo o estado, vêm mobilizando greves e manifestações em defesa do direito à educação dos filhos e filhas do povo.