PR: Assembleia convoca estudantes a defenderem educação pública e gratuita na Universidade Federal

PR: Assembleia convoca estudantes a defenderem educação pública e gratuita na Universidade Federal

Mais de 150 estudantes da Universidade Federal do Paraná (UFPR) reuniram-se em uma Assembleia Geral Comunitária, que contou com a participação de professores e técnicos, para debater os ataques à universidade pública e gratuita, e os problemas da infraestrutura da instituição, no dia 29 de agosto.

As duas pautas da Assembleia foram: 1) os ataques à universidade pública, e gratuita; e 2) uso do espaço da universidade e segurança. Tomaram parte na mesa de debates representantes dos Centros Acadêmicos de Psicologia, História, Letras e também da Associação de Professores da UFPR (APUFPR).

O primeiro ponto foi aberto com uma exposição feita pelo representante do Centro Acadêmico de Psicologia da UFPR, que expôs o processo de sucateamento da educação pública, promovido pelo velho Estado e as classes dominantes que o manejam. Além isso, apontou que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a contrarreforma do Ensino Médio são os principais ataques contra educação pública e gratuita atualmente, e que é necessária a união entre os estudantes secundaristas e universitários na defesa de uma educação pública, gratuita, democrática, autônoma, e a serviço do povo.

Várias intervenções foram feitas por parte dos estudantes presentes. Entre as falas, algumas denunciaram a BNCC, e a contrarreforma do Ensino Médio. Outras denunciaram o programa Residência Pedagógica, que na UFPR foi barrado graças à resistência da comunidade acadêmica.

Representantes da Executiva Nacional dos Estudantes de Pedagogia (ExNEPe) também denunciaram a BNCC, a contrarreforma do Ensino Médio, e particularmente, no curso da Pedagogia, a falsa regulamentação da profissão do pedagogo. Denunciaram que esta falsa regulamentação caminhava no mesmo sentido que o famigerado projeto ‘Escola sem Partido’, buscando perseguir os pedagogos que tomam posição atuante na luta de classes, além de retirar lucros da cobrança de mensalidades com a criação do Conselho Federal de Pedagogia.

Companheiras e companheiros da organização de juventude democrática, Alvorada do Povo, denunciaram o sucateamento proposital da educação em nosso país, particularmente no ensino secundário, como um projeto da grande burguesia e do latifúndio no nosso país, denunciando o golpe militar contrarrevolucionário preventivo em curso, sendo seu laboratório de ensaio o Rio de Janeiro. Expuseram que a tarefa dos estudantes é tomar os rumos da universidade em suas próprias mãos, apontando o caminho da greve de ocupação como forma de luta, e o cogoverno estudantil como única saída para autonomia universitária. Dessa forma, conclamaram os estudantes, como força mais democrática e principal nas universidades, a defender a gratuidade, democracia, e autonomia universitárias.

No segundo ponto, foi feita uma exposição por um companheiro do Centro Acadêmico de Psicologia, denunciando a implementação de catracas nos campus da UFPR, alegando que era um ataque à educação pública e gratuita, visto que era uma forma de impedir a entrada da comunidade externa na universidade. Além disso, foi denunciada a falta de iluminação no Campus Politécnico, demanda histórica e nunca sanada dos estudantes que ali estudam.

Várias falas foram feitas, destacando-se a denúncia do uso de câmeras na UFPR para perseguição ao movimento estudantil classista, combativo, e independente, mapeando e investigando ativistas da universidade. Uma das questões levantadas também foi a necessidade do apoio e defesa dos 23 presos políticos no Rio de Janeiro, que manifestaram-se contra a farra da FIFA.

A Assembleia deliberou vários pontos, como um ato pra o dia 14/09, contra a BNCC, a continuação das discussões acerca da segurança na UFPR, além de deixar claro que os estudantes devem cada vez mais se mobilizar, organizar e politizar, em defesa de seus direitos e no avanço das conquistas.

Durante a realização da assembleia, a Polícia Militar aproximou-se da reunião, fotografando os (as) estudantes presentes, numa tentativa, em vão, de intimidá-los (as). Os (as) estudantes não deixaram se levar pelo medo, e entoaram a palavra de ordem “Não acabou, tem que acabar, eu quero o fim, da polícia militar”.

A Assembleia Geral Comunitária é um grande passo em defesa da gratuidade e um avanço em defesa da democracia universitária, cogoverno estudantil, que é o que garantirá a autonomia universitária em relação a esse velho Estado.

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