Ativistas realizam panfletagem em defesa da advogada popular Lenir Correia Coelho e da advocacia popular. Foto: Banco de Dados AND
No dia 14 de julho, o Comitê de Apoio Curitiba (PR) realizou – conjuntamente ao Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos (Cebraspo) e à Associação Brasileira dos Advogados do Povo (Abrapo) – uma exitosa panfletagem em frente ao Restaurante Universitário (RU) do Campus Centro Politécnico da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Tal panfletagem ocorreu conforme previsto no cronograma de atividades políticas e culturais da vitoriosa Ocupação do Edifício João José Bigarella – iniciada em 13/07 como expressão da Greve de Ocupação enquanto tática mais avançada da luta estudantil combativa e independente – contra os cortes de verbas e o projeto de sucateamento e privatização do ensino e das universidades públicas em curso.
Leia também: PR: Estudantes ocupam UFPR contra cortes de verba.
No Bigarella Ocupado, com a presença de diversos estudantes, a atividade foi iniciada através da leitura do conteúdo do panfleto seguida de intervenções em defesa de Lenir, da advocacia popular e da Liga dos Camponeses Pobres (LCP) – organização juridicamente defendida pela advogada em questão.
Leia também: Cebraspo: Em defesa de Lenir Correia e da advocacia popular!
A partir dessas falas, fez-se compreender em uníssono o caráter semifeudal e semicolonial do velho Estado burocrático-latifundiário brasileiro, bem como a importância basilar e central da luta pela terra em nosso país e nas demais nações oprimidas de todo o mundo.
Do mesmo modo, pôde-se relacionar a questão agrária com a luta estudantil, visto que – segundo a Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) e a Conif (Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica) – metade do valor cortado das verbas das universidades federais foi desviada para o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro).
Também se denunciou o Plano Safra 2022/2023 – lançado no último dia 29/06 pelo governo de Bolsonaro e generais –, o qual destinará cerca de R$ 341 bilhões para o latifúndio, um valor quase 163 vezes maior que o orçamento previsto para o Ministério da Educação (MEC) em 2023.
Ativistas realizam panfletagem em defesa da advogada popular Lenir Correia Coelho e da advocacia popular. Foto: Banco de Dados AND
Posteriormente, enquanto os estudantes distribuíam panfletos em frente ao RU, os ativistas tomaram firme posição contra o infundado processo contra a advogada do povo Lenir Correia Coelho e sete camponeses (Ação Penal nº 7002329-70.2021.8.22.0023), denunciando as violações, absurdos, ilações e interpretações tendenciosas que o percorrem. Pontuaram também a recorrência do uso da Lei das Organizações Criminosas (LEI Nº 12.850 DE 02 DE AGOSTO DE 2013) – promulgada no governo oportunista do PT de Dilma Rousseff – para a perseguição e a criminalização do povo que luta por seus direitos e dos advogados e advogadas que o defendem.
Ativistas realizam panfletagem em defesa da advogada popular Lenir Correia Coelho e da advocacia popular. Foto: Banco de Dados AND
No que tange a atuação dos advogados e advogadas do povo, destacou-se sua fundamental importância na defesa legal dos direitos dos camponeses na luta pela terra e na garantia da liberdade de expressão e manifestação daqueles que estão sendo perseguidos, presos e acusados de crimes por estarem lutando de forma justa.
Por fim, interviu-se também em memória de Gabriel Sales Pimenta, incansável advogado do povo covardemente assassinado há cerca de 40 anos (18/07/1982). Desse modo, pôde-se homenagear esse grande herói do povo e ardoroso defensor da luta camponesa.